- O Banco Central (BC) revisou suas projeções e indicou que a inflação deve ficar acima da meta de 3% até o primeiro trimestre de 2028.
- A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 foi reduzida de 2,1% para 2%.
- A probabilidade de a inflação ultrapassar o limite de 4,5% aumentou para 71% em 2025.
- A Taxa Selic deve permanecer em 15% por um período prolongado, devido à elevada incerteza econômica.
- O BC reafirma seu compromisso em reconduzir a inflação à meta de 3%, adotando medidas contracionistas.
As novas projeções do Banco Central (BC) indicam que a inflação deve permanecer acima da meta de 3% até o primeiro trimestre de 2028. Essa atualização foi divulgada no Relatório de Política Monetária nesta quinta-feira. Além disso, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 foi revisada de 2,1% para 2%, refletindo os impactos do tarifaço de Donald Trump.
A expectativa de inflação piorou em relação ao relatório anterior, de junho, quando se previa que o índice ficaria acima da meta até o final de 2027. Agora, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ultrapassar o limite de tolerância de 4,5%. A probabilidade de que a inflação exceda esse limite aumentou para 71% em 2025.
Cenário Monetário
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou que a Taxa Selic deve permanecer em 15% por um “período bastante prolongado”. O Copom destacou que o cenário atual é marcado por elevada incerteza, exigindo cautela na condução da política monetária. A expectativa é que a inflação permaneça fora da faixa de tolerância até o final deste ano, com uma projeção de 4,8%.
O BC também observou que a probabilidade de descumprimento da meta não implica em risco imediato, pois isso ocorreria apenas se a inflação ficasse acima do limite por seis meses consecutivos. No entanto, a autoridade monetária já enfrentou um descumprimento em junho, quando o IPCA acumulado foi de 5,35%.
Medidas e Compromissos
Para mitigar os riscos inflacionários, o BC tem implementado medidas visando reconduzir a inflação à meta. O relatório enfatiza que as decisões do Copom têm sido contracionistas, considerando os efeitos defasados da taxa de juros sobre a atividade econômica. O BC reafirma seu compromisso com a meta de 3%, buscando assegurar a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante.