- A Motiva anunciou um investimento de R$ 1 bilhão em tecnologia para 2023 e antecipou metas de eficiência.
- O presidente-executivo, Miguel Setas, informou que a empresa busca um índice de eficiência de 38% para este ano, com a meta de reduzir para abaixo de 28% até 2035.
- A companhia manterá 50% do lucro como dividendos e focará em projetos mais rentáveis, especialmente no transporte de passageiros em áreas urbanas.
- A Motiva planeja participar de leilões de investimentos que somam R$ 100 bilhões, com destaque para projetos como a Rota Sorocabana e a BR-163.
- A empresa também está em negociações para vender seus ativos aeroportuários, com expectativa de negócios até 2026.
SÃO PAULO (Reuters) – A Motiva, maior empresa de concessões de infraestrutura de transporte da América Latina, anunciou um plano ambicioso para 2023, que inclui um investimento de R$1 bilhão em tecnologia e a antecipação de metas de eficiência. O presidente-executivo, Miguel Setas, revelou que a companhia pretende alcançar um índice de eficiência de 38% ainda este ano, com a meta de reduzir esse número para abaixo de 28% até 2035.
A empresa, que já havia se comprometido a manter 50% do lucro como dividendos para acionistas, também está focada em projetos de maior rentabilidade. Setas destacou a intenção de concentrar esforços no transporte de passageiros por rodovias e trilhos nas principais áreas urbanas do Brasil, além de explorar ativos no agronegócio. “Grandes metrópoles e eixos logísticos são regiões favoráveis ao crescimento”, afirmou.
Foco em Ativos Premium
A Motiva planeja participar de leilões que somam R$100 bilhões em investimentos nos próximos anos, reduzindo a expectativa anterior de R$120 bilhões. Setas mencionou projetos como a Rota Sorocabana em São Paulo e a BR-163, que já é operada pela empresa, como exemplos de ativos “premium” que a companhia busca. A estratégia inclui a integração de novos projetos com os já existentes, evitando distrações em novas geografias.
Inovação Tecnológica
Para alcançar as metas de eficiência, a Motiva mapeou 30 projetos tecnológicos que serão geridos por uma nova vice-presidência. Esses projetos, que incluem o uso de inteligência artificial e robôs para limpeza, devem contribuir com dois a três pontos percentuais na eficiência operacional. Setas destacou a importância da sensorização para prevenir incidentes, como o recente descarrilamento de um trem no metrô de São Paulo.
Negócios em Aeroportos
A empresa continua em negociações para a venda de seus ativos aeroportuários, uma operação aguardada pelo mercado e considerada uma das maiores do setor. Setas reafirmou que há múltiplos interessados no portfólio de 20 aeroportos da Motiva, com expectativa de que um negócio ocorra entre o final deste ano e o início de 2026.