- O varejo infantil brasileiro enfrenta desafios como a redução do poder de compra e a necessidade de digitalização.
- Durante o evento Brascol Transforma, executivos de grandes marcas discutiram estratégias para fortalecer o setor.
- Os líderes destacaram que o consumidor valoriza qualidade, conforto e propósito, além de preços.
- A cadeia têxtil nacional é considerada robusta, com a indústria mostrando autossuficiência durante a pandemia.
- A valorização dos representantes comerciais foi enfatizada, com foco na construção de relações de confiança com os lojistas.
O varejo infantil brasileiro enfrenta um cenário desafiador, marcado pela redução do poder de compra e a crescente necessidade de digitalização. Durante o evento Brascol Transforma, executivos de grandes marcas discutiram estratégias para fortalecer o setor. O painel, mediado por Carlos Padula, CEO da Brascol, contou com a presença de Gabriela Rizzo, CEO da Malwee, Viviane Cecília, CEO do Grupo Lunelli, e Claudinei Martins, diretor-executivo comercial e de marketing do Grupo Kyly.
Os líderes do setor destacaram que, apesar da preocupação com preços, o consumidor atual valoriza qualidade, conforto e propósito. Rizzo enfatizou a importância de se conectar com o consumidor e sugeriu que ajustes simples na disposição das lojas podem aumentar as vendas em até 20%. Para Cecília, o desafio é oferecer valor além do preço, focando em gerar emprego e renda localmente.
Cadeia Têxtil Nacional
Os painelistas concordaram que o Brasil possui uma cadeia têxtil robusta, tornando a importação muitas vezes desnecessária. Martins destacou que, durante a pandemia, a indústria nacional se mostrou autossuficiente. Ele ressaltou a eficiência da cadeia de algodão e a importância de comprar da indústria local para gerar empregos e fortalecer a economia.
A discussão também abordou a relevância do varejo multimarca. Os executivos afirmaram que esse modelo é essencial para a capilarização das marcas no Brasil. Martins afirmou que, embora o Grupo Kyly tenha projetos de franquia, o multimarca continua sendo o principal canal de vendas. Rizzo complementou que a Malwee busca entender as necessidades dos lojistas, oferecendo soluções digitais e condições de pagamento diferenciadas.
Relações Comerciais
A valorização dos representantes comerciais foi outro ponto central. Cecília destacou que esses profissionais devem atuar como consultores, acompanhando o giro dos produtos e trazendo informações valiosas. Rizzo mencionou que a Malwee conta com mais de 300 representantes, muitos com vínculos familiares de longa data, o que fortalece a relação de confiança com os lojistas.
Os executivos deixaram conselhos práticos aos lojistas. Rizzo sugeriu que a coerência entre propósito e operação é fundamental. Cecília alertou sobre a necessidade de adaptação constante, enquanto Martins provocou os lojistas a repensarem suas estratégias de compra, enfatizando a importância de escolher parceiros estratégicos e construir uma vitrine harmônica que reflita o propósito da marca.