- Um estudo do Instituto Locomotiva revela que sessenta por cento das empreendedoras negras em São Paulo ganham até um salário mínimo.
- Apenas vinte e dois por cento dos homens brancos estão nessa mesma faixa de renda.
- A pesquisa, realizada entre nove e vinte e dois de abril de dois mil e vinte e quatro, abrangeu quinhentas mulheres e destacou a alta informalidade no setor.
- Somente vinte e sete por cento das empreendedoras negras possuem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), muito abaixo da média de mulheres brancas (quarenta e cinco por cento) e homens brancos (quarenta e três por cento).
- A maioria das empreendedoras negras (setenta por cento) deseja expandir seus negócios, mas enfrenta dificuldades financeiras, com apenas quarenta e um por cento conseguindo cobrir os custos mensais.
Em São Paulo, 60% das empreendedoras negras recebem até um salário mínimo, conforme um estudo do Instituto Locomotiva. Essa realidade contrasta com apenas 22% dos homens brancos nessa mesma faixa de renda. O levantamento, realizado entre 9 e 22 de abril de 2024, abrangeu 500 mulheres e revelou a alta informalidade e precariedade enfrentadas por esse grupo.
A pesquisa mostra que apenas 27% das empreendedoras negras possuem CNPJ, indicando uma formalização muito abaixo da média de 45% das mulheres brancas e 43% dos homens brancos. Além disso, somente 9% são empregadoras formais. A maioria (78%) trabalha sozinha e 55% não têm um local fixo para seus negócios, enquanto a maioria dos empreendedores brancos possui um estabelecimento.
Desafios e Necessidades
Os dados evidenciam que o empreendedorismo para essas mulheres é, em grande parte, uma questão de necessidade. Desemprego, dificuldade de reinserção no mercado formal e a função de cuidadoras são fatores que impulsionam essa realidade. Clara Castellano, diretora de pesquisa do Instituto Locomotiva, afirma que essas mulheres não escolhem empreender por ilusão, mas sim por uma análise racional de suas vidas.
A pesquisa também revela que 70% das empreendedoras desejam expandir seus negócios, mas enfrentam desafios financeiros. Apenas 41% conseguem cobrir os custos mensais e apenas 12% têm reservas financeiras para emergências. Para melhorar essa situação, a pesquisa sugere a necessidade de capacitação, linhas de crédito facilitadas e redes de apoio.
Caminhos para o Futuro
Embora muitas empreendedoras reconheçam os benefícios do empreendedorismo, como autonomia e flexibilidade, a vulnerabilidade financeira persiste. A especialização muitas vezes ocorre na prática, com 42% se aprimorando enquanto atuam. A pesquisa destaca a urgência de um suporte mais robusto para que essas mulheres possam não apenas sobreviver, mas prosperar em seus negócios.