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Tarifa dos EUA afeta produção de cacau e transforma mercado brasileiro de chocolate

Setor de cacau brasileiro pode perder US$ 36 milhões em 2023 devido à tarifa de 50% dos EUA, afetando a competitividade e a produção nacional

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Setor cacaueiro brasileiro busca aumentar a produtividade para alcançar a autossuficiência (Foto: Reprodução)
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  • Os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 50% sobre os derivados de cacau brasileiros, em vigor desde agosto.
  • A medida afeta produtos como manteiga, pó e liquor de cacau, essenciais para a produção de chocolate.
  • A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) estima perdas de US$ 36 milhões (cerca de R$ 180 milhões) apenas neste ano.
  • A ociosidade média das indústrias pode chegar a 37%, impactando a moagem e a demanda por amêndoas.
  • O setor busca ações diplomáticas para excluir os derivados de cacau das tarifas e propõe aumentar a produção nacional para reduzir a dependência externa.

A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre os derivados de cacau brasileiros, em vigor desde agosto, está gerando preocupações no setor. A medida afeta diretamente produtos como manteiga, pó e liquor de cacau, essenciais para a produção de chocolate. Com os EUA representando 18% das exportações brasileiras de derivados, a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) estima perdas de US$ 36 milhões (cerca de R$ 180 milhões) apenas neste ano.

A presidente-executiva da AIPC, Anna Paula Losi, destacou que a tarifa compromete a competitividade do Brasil no mercado americano, o segundo maior destino das exportações do setor. A produção nacional enfrenta um déficit, com entregas anuais entre 190 mil e 200 mil toneladas, enquanto a autossuficiência requer cerca de 300 mil toneladas. Essa situação leva a indústria a importar amêndoas da África, aumentando a ociosidade das moageiras.

Impactos na Indústria

Com a tarifa, a ociosidade média das indústrias pode chegar a 37%, impactando a moagem e a demanda por amêndoas. A produção de manteiga de cacau, que é quase totalmente destinada ao mercado americano, é a mais afetada. A AIPC alerta que a retração na moagem, que já caiu 14% no primeiro semestre, pode se agravar, afetando toda a cadeia produtiva.

Além da tarifa, o preço do cacau tem apresentado flutuações, com a amêndoa cotada a US$ 7.527 em setembro, ainda acima dos níveis anteriores. Os produtores enfrentam um cenário de “descasamento de preços”, onde a oferta interna não cobre a demanda, resultando em deságio em momentos de queda de preços.

Medidas e Perspectivas

O setor busca ações diplomáticas para que os derivados de cacau sejam excluídos das tarifas americanas. Além disso, a prorrogação dos prazos do regime de drawback e a criação de linhas de crédito específicas são consideradas essenciais. A AIPC defende que aumentar a produção nacional e reduzir a dependência externa são passos cruciais para a sustentabilidade do setor. A produtividade média no Brasil é de 350 kg/ha, mas especialistas acreditam que pode ser elevada para 1.000 kg/ha com manejo adequado.

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