- Desde agosto de dois mil e vinte e cinco, o Brasil registra 133 notificações de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, com 46 casos confirmados e 87 em investigação; São Paulo lidera, com 38 casos confirmados e 44 em investigação.
- As vendas em bares caíram 4,9% em setembro frente a agosto e 3,9% em relação a 2024, conforme o índice Abrasel-Stone.
- A Polícia Civil de São Paulo destruiu mais de 100 mil garrafas de bebidas falsificadas durante operações contra adulteração.
- O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, diz que a retração é causada pelo pânico entre consumidores; o setor tem cerca de 1,5 milhão de estabelecimentos e enfrentava inflação que pressiona preços de refeições e bebidas.
- Autoridades mantêm ações para mapear a origem do metanol; a Polícia Federal abriu operações em diversos estados, incluindo São Paulo e Paraná; tramita um projeto de lei para tornar a falsificação de bebidas crime hediondo.
Desde agosto de 2025, o Brasil enfrenta um aumento alarmante de intoxicações por metanol em bebidas adulteradas, impactando severamente o setor de bares e restaurantes. Até o momento, foram registradas 133 notificações, com 46 casos confirmados e 87 em investigação. O estado de São Paulo lidera as notificações, somando 38 casos confirmados e 44 em investigação.
As vendas em bares caíram 4,9% em setembro em comparação a agosto e 3,9% em relação ao mesmo período de 2024, conforme dados do índice Abrasel-Stone. A situação se agrava com a destruição de mais de 100 mil garrafas de bebidas falsificadas pela Polícia Civil de São Paulo, que intensificou as operações contra a adulteração.
Impactos no Setor
O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, destaca que a retração nas vendas é resultado do pânico gerado entre os consumidores. “O impacto dos casos de intoxicação por metanol provocou uma queda na movimentação de alguns estabelecimentos”, afirma. O setor, que conta com cerca de 1,5 milhão de estabelecimentos em todo o país, já sentia os efeitos da inflação, que pressionava os preços das refeições e bebidas.
Guilherme Freitas, economista da Stone, ressalta que a crise do metanol adicionou incertezas ao cenário econômico. A inflação acumulada em doze meses continua a afetar o tíquete médio, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,48% em setembro. Esses fatores, somados ao alto endividamento das famílias, limitam o consumo em itens não essenciais, como refeições fora de casa.
Ações das Autoridades
As autoridades estão em alerta e realizam operações para mapear a origem do metanol utilizado nas adulterações. A Polícia Federal, por exemplo, deflagrou operações em vários estados, incluindo São Paulo e Paraná, visando identificar a cadeia de distribuição do metanol. Um projeto de lei em tramitação busca tornar a falsificação de bebidas um crime hediondo, reforçando a gravidade da situação.
O cenário atual evidencia a necessidade de medidas mais rigorosas para proteger os consumidores e restaurar a confiança no setor de bebidas.