- IPCA-15 subiu 0,18% em outubro, ficou abaixo da mediana de 0,25% e menor que setembro, 0,48%, e a variação em doze meses é de 4,94% (IBGE).
- Alimentação recuou 0,2% pela quinta queda consecutiva; transportes subiu 0,41%.
- Debates sobre cortes de juros ganharam tom de cautela entre analistas.
- Economistas como Alexandre Maluf (XP) e Leonardo Costa (ASA Investimentos) projetam inflação em cerca de 4,5% para 2025, com meta de 3% e tolerância de 1,5 ponto porcentual.
- Pablo Spyer (Ancord) e Rafael Cardoso (Banco Daycoval) sinalizam cautela, em função da pressão nos serviços.
O IPCA-15 registrou um avanço de 0,18% em outubro, conforme dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (24). O índice ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa uma mediana de 0,25%, e representa uma desaceleração em relação ao mês anterior, que foi de 0,48%. Nos últimos doze meses, a alta acumulada é de 4,94%, sinalizando uma tendência de desinflação.
A queda no grupo alimentação, que recuou 0,2% pela quinta vez consecutiva, foi um dos principais fatores para a moderação do índice. Em contrapartida, o grupo transportes apresentou uma alta de 0,41%. Essa dinâmica entre os grupos de consumo reflete um cenário mais favorável para a inflação, com analistas observando uma melhora qualitativa nos núcleos e surpresas baixistas em bens industriais e serviços.
Expectativas sobre os Juros
O resultado do IPCA-15 gerou um debate cauteloso sobre possíveis cortes de juros pelo Banco Central. Economistas como Lucas Barbosa, da AZ Quest, e Paulo Gala, do Banco Master, acreditam que há espaço para essa medida, considerando o atual cenário. No entanto, outros especialistas, como Pablo Spyer, da Ancord, e Rafael Cardoso, do Banco Daycoval, alertam que a pressão nos serviços ainda exige prudência.
Alexandre Maluf, da XP, sugere que a expectativa de inflação para este ano, prevista em 4,7%, pode ser revista para baixo, possivelmente abaixo de 4,5%, o que ficaria dentro da meta estabelecida. Leonardo Costa, do ASA Investimentos, também projeta 4,5% para 2025, com viés de baixa. O centro da meta de inflação é de 3%, com uma tolerância de 1,5 pontos percentuais.
A análise do economista André Perfeito ressalta que, apesar do resultado positivo, é essencial manter cautela. O foco da autoridade monetária está em 2027, o que implica que o mercado deve ajustar suas projeções para um alívio nas condições monetárias atuais.