- O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump ocorreu em Kuala Lumpur, durante a reunião da Associação das Nações da Ásia Sudeste (ASEAN), no último domingo, 26, em meio a tensões por tarifas de importação de 50% sobre produtos brasileiros desde agosto.
- Lula disse que Trump garantiu a intenção de avançar em um acordo comercial de alta qualidade; Trump mencionou ter tido uma boa reunião, mas a confirmação não foi feita por ele.
- Os mercados reagiram com cautela: a bolsa brasileira subiu 0,60% e ficou acima de 147 mil pontos, enquanto o dólar caiu 0,22%, cotado a 5,3770 reais.
- O CEO da Gravus Capital, Ricardo Trevisan Gallo, destacou que o encontro é passo para reduzir atritos comerciais, dependente de negociações técnicas bem estruturadas e de sinais de previsibilidade econômica.
- Também há expectativa de avanços nas relações entre Estados Unidos e China, com Trump elogiando Xi Jinping; um acordo entre as duas potências pode impactar cadeias de suprimentos globais e influenciar o cenário financeiro.
O encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado em Kuala Lumpur durante a reunião da ASEAN no último domingo (26), foi um marco nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A reunião ocorre em um contexto de tensões comerciais, com tarifas de importação de 50% sobre produtos brasileiros vigentes desde agosto. O governo americano justifica a medida citando um déficit comercial e discordâncias judiciais.
Durante a reunião, Lula afirmou que Trump “garantiu” a intenção de avançar em um acordo comercial de alta qualidade. Embora a declaração não tenha sido confirmada por Trump, o presidente americano mencionou ter tido uma “boa reunião”. O encontro é visto como uma oportunidade para o Brasil reverter a situação tarifária adversa.
Reação do Mercado
Os mercados financeiros reagiram com cautela ao encontro. A bolsa brasileira apresentou alta moderada de 0,60%, consolidando-se acima dos 147 mil pontos, enquanto o dólar recuou 0,22%, cotado a R$ 5,3770. Essa movimentação indica que, apesar do avanço diplomático, os investidores permanecem cautelosos quanto à materialização de um acordo comercial robusto.
Ricardo Trevisan Gallo, CEO da Gravus Capital, destacou que o encontro é um passo necessário para reduzir os atritos comerciais, que impactaram os setores exportadores. Ele observa que a concretização de benefícios dependerá de negociações técnicas bem estruturadas e da capacidade do Brasil de transformar o momento em sinais concretos de previsibilidade econômica.
Expectativas em Relação à China
Além das negociações entre Brasil e EUA, o clima de otimismo também é influenciado por possíveis avanços nas relações entre Estados Unidos e China. Trump expressou respeito pelo presidente Xi Jinping e indicou a possibilidade de um acordo, o que tem gerado expectativas positivas no mercado financeiro. O eventual apaziguamento entre as duas potências pode impactar diretamente as cadeias de suprimento globais e as economias locais.
Com essas dinâmicas em jogo, o cenário econômico continua a ser monitorado de perto, tanto por analistas quanto pelo Banco Central, que avalia os impactos das tarifas e das negociações comerciais.