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Guerra gera sucata que alimenta a indústria do aço

Investigação evidencia rotas de importação de chatarra de guerras para Turquia e Europa, financiando regimes, milícias e conflitos

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Ahmad y Basel, dos niños recolectores de chatarra, juegan en un edificio destrozado del extrarradio de Damasco durante un descanso de su trabajo.
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  • A indústria do aço tem se beneficiado da chatarra originária de zonas de conflito, como Síria, Líbia, Líbano, Ucrânia e Israel, segundo uma investigação de um consórcio de jornalistas.
  • A pesquisa aponta rotas de contrabando que permitem a entrada de chatarra em Turquia e na Europa, com possível financiamento a regimes e milícias ligadas a conflitos.
  • Pessoas coletam metal entre escombros em áreas devastadas, incluindo crianças, para abastecer a cadeia de reciclagem de aço.
  • O comércio de chatarra representa entre sete por cento e dez por cento das importações turcas nos últimos anos.
  • A União Europeia discute restrições à exportação de chatarra, tratando o material como matéria-prima estratégica para proteger a indústria local e evitar competição desleal (março de dois mil e vinte e três).

A indústria do aço tem se beneficiado de forma alarmante da chatarra proveniente de zonas de conflito, como Síria, Líbia, Líbano, Ucrânia e Israel. Uma investigação revela que essa prática, que envolve milícias e regimes, alimenta uma rede complexa de importação para a Turquia e Europa, com implicações éticas e financeiras significativas.

A pesquisa, realizada por um consórcio de jornalistas, identificou rotas de contrabando que facilitam a entrada de chatarra em mercados internacionais, onde é reciclada e transformada em produtos de aço. Essa chatarra é frequentemente coletada por pessoas em áreas devastadas, como crianças que arriscam suas vidas em busca de metal entre escombros. O comércio de chatarra representa entre 7% e 10% das importações turcas nos últimos anos.

Impactos Econômicos e Ambientais

A crescente demanda por chatarra reciclada, impulsionada pela adoção de fornos de arco elétrico, tem levado países como a Turquia a buscar suprimentos alternativos em regiões de conflito. Essa prática, embora não ilegal, levanta questões sobre o financiamento de conflitos e violações de direitos humanos. O aço, essencial para a infraestrutura global, é uma das indústrias mais poluentes, contribuindo com até 11% das emissões de CO2.

A União Europeia (UE) tem tentado regular o comércio de chatarra, considerando-a uma matéria-prima estratégica. Em março de 2023, a Comissão Europeia discutiu a necessidade de impor restrições à exportação de chatarra, visando proteger a indústria local e combater a competição desleal.

Desafios de Controle e Ética

A falta de um sistema de rastreamento eficaz torna difícil determinar a origem da chatarra. As empresas turcas, que dependem fortemente desse material, frequentemente ignoram a procedência, enquanto os compradores europeus não questionam as condições de coleta. Essa falta de transparência permite que a chatarra proveniente de áreas de conflito entre em cadeias de suprimento sem a devida diligência.

A situação é ainda mais complicada em países como a Ucrânia, onde a indústria de aço é vital para o esforço de guerra. Apesar dos esforços para restringir as exportações de chatarra, muitos exportadores encontram maneiras de driblar as regras, prejudicando a economia local.

A transformação da chatarra em aço se tornou um dos pilares da economia turca, mas a dependência desse material, muitas vezes extraído de zonas de guerra, levanta questões éticas que precisam ser urgentemente abordadas.

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