- O mercado de arte islâmica passa por mudanças impulsionadas por sanções ao Irã e por uma mudança de gosto para a arte indiana, com restrições à exportação iraniana que puxam compradores para a Índia.
- Em leilões, as vendas de arte persa enfrentam dificuldades: na Sotheby’s, 14 de 27 trabalhos persas oferecidos não atingiram o preço de reserva.
- Obras indianas ganham destaque, com peças de alta qualidade bem recebidas; a ilustração do álbum de Prince Khurram foi vendida por mais de £ 530.000, quase 20 vezes o valor estimado.
- O patrocínio saudita cresce, priorizando obras com significado sacral; durante a Semana de Arte Islâmica, uma série para o Centro Cultural King Abdulaziz foi exibida.
- Novas bienais surgem em Jeddah e Bukhara, levando o mercado a adotar abordagens contemporâneas e ampliar o espaço para arte baseada no patrimônio regional.
O mercado de arte islâmica passa por transformações significativas, impulsionadas por sanções ao Irã e uma mudança nas preferências dos colecionadores. Com as restrições à exportação de obras iranianas, muitos compradores estão voltando seu olhar para a Índia, onde a arte Mughal e outros artefatos históricos estão ganhando destaque.
Recentemente, as vendas de arte persa têm enfrentado dificuldades. Em leilões como os da Sotheby’s, muitos lotes de arte persa não atingem os preços de reserva, refletindo uma diminuição no interesse. Dos 27 trabalhos persas oferecidos em uma venda, 14 não foram vendidos, indicando uma tendência preocupante no mercado. Por outro lado, obras indianas têm se destacado, com peças de alta qualidade sendo bem recebidas, como uma ilustração do álbum de Prince Khurram, que foi arrematada por mais de £ 530.000, quase 20 vezes seu valor estimado.
Mudanças nas Preferências do Mercado
A mudança nas preferências é atribuída a fatores geopolíticos e a uma nova geração de colecionadores. Os compradores estão cada vez mais interessados em arte contemporânea, o que tem gerado um mercado mais restrito para obras clássicas. Além disso, a dificuldade de exportação de arte iraniana para mercados como os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos tem desestimulado os colecionadores. A especialista Roxane Zand destaca que as tensões atuais no Irã tornaram os colecionadores cautelosos, resultando em um declínio nas vendas de arte persa.
Entretanto, a patrocínio saudita tem crescido, priorizando obras com significado sacral. Durante a Semana de Arte Islâmica, por exemplo, uma série de trabalhos produzidos para o Centro Cultural King Abdulaziz foi exibida, refletindo um interesse renovado em obras que conectam o passado ao presente.
O Futuro da Arte Islâmica
Com novas bienais surgindo em cidades como Jeddah e Bukhara, o mercado de arte islâmica está se adaptando. As abordagens contemporâneas estão começando a redefinir o que se considera arte islâmica, distendendo a noção para além das antiguidades. A expectativa é que a arte baseada no patrimônio da região ganhe mais espaço, refletindo a evolução dos gostos e interesses dos colecionadores.
Essas mudanças no mercado de arte islâmica não apenas impactam os colecionadores, mas também as galerias e instituições que navegam por um cenário complexo de sanções e trocas culturais. A situação atual ressalta a necessidade de adaptação e inovação nesse setor em constante evolução.