- Bancos adotam medidas para impedir o uso de IA por candidatos, com detecção de IA, acordos de honestidade e orientações para evitar assistências digitais.
- O processo de seleção continua com triagem online, entrevistas técnicas e um “super day”; os dias presenciais voltam para avaliar cultura e encaixe.
- Empresas reduzem o tempo de entrega de estudos de caso e cobram explicação do raciocínio para confirmar compreensão técnica, sem depender exclusivamente de IA.
- Plataformas como HireVue e TestGorilla implementam salvaguardas contra IA; Goldman Sachs pediu aos candidatos que evitem ajuda digital durante as entrevistas.
- Mesmo com IA, bancos valorizam candidatos que usem a tecnologia como ferramenta e demonstrem pensamento crítico; após contratação, espera-se domínio de IA no dia a dia.
A indústria financeira está redesenhando os processos de recrutamento para impedir o uso de IA durante candidaturas. Bancos de grande porte, que antes utilizavam entrevistas virtuais e testes online para reduzir o contingente, passaram a introduzir mecanismos de detecção de IA, acordos de honestidade e orientações para evitar assistências digitais na fase inicial de seleção. Paralelamente, o formato presencial de avaliação ganha espaço, com foco em habilidades qualitativas e raciocínio técnico.
Em paralelo, plataformas de triagem, como HireVue e TestGorilla, adotam salvaguardas que monitoram hábitos de resposta e comportamento para identificar uso indevido de IA. Instituições como Goldman Sachs já enviaram mensagens aos candidatos solicitando que não recorram a assistentes digitais durante entrevistas, reforçando a necessidade de expressão própria. A prática visa avaliar como o candidato pensa e analisa questões sem depender de ferramentas externas.
A lógica é manter a qualidade das contratações, priorizando pensamento crítico e compreensão técnica acima de respostas padronizadas geradas por modelos. Enquanto isso, as etapas de entrevista técnica passam por ajustes: prazos mais curtos para estudos de caso são comuns, seguidos de conversas que explorem o raciocínio por trás das respostas. O objetivo é distinguir entendimento profundo de respostas ensaiadas.
Medidas contra IA na candidatura
Os bancos passaram a combinar a triagem com avaliações simulando cenários reais, exigindo demonstração de raciocínio sem auxílio de IA. Observa-se também maior ênfase em perguntas específicas sobre modelos financeiros, negócios e tendências setoriais, para verificar compreensão prática em vez de respostas prontas.
Retorno das entrevistas presenciais
As superdays voltam a ocorrer de forma presencial, com a ideia de avaliar ajuste cultural e capacidade de relacionamento com clientes. Mesmo com o retorno ao formato tradicional, espera-se que os novos contratos incluam domínio de ferramentas de IA. O objetivo é contratar pessoas que agreguem valor além da tecnologia que utilizam, combinando conhecimento com uso responsável de recursos digitais.
Fontes: Bloomberg.
— Reportagem colaborativa com Christine Dobby.