- Fabrício Corsaletti lança o livro “Um Milhão de Ruas”, que contém 190 crônicas e fotografias de sua autoria.
- A obra será apresentada durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip 2023), onde Corsaletti participará de uma mesa ao lado da escritora Lilian Sais.
- O livro combina textos já publicados e inéditos, com imagens que funcionam como crônicas visuais.
- Corsaletti diferencia seu trabalho como fotógrafo, que respeita a privacidade das pessoas, de sua escrita, que permite liberdade criativa.
- O editor Humberto Werneck destaca a importância do “pacto ficcional” entre o cronista e o leitor, enquanto Corsaletti rejeita a classificação de autoficção para suas crônicas.
Fabrício Corsaletti lança “Um Milhão de Ruas” com 190 crônicas e fotos
O escritor Fabrício Corsaletti apresenta seu mais novo livro, “Um Milhão de Ruas”, que reúne 190 crônicas e fotografias tiradas pelo autor. A obra, que traz tanto textos já publicados quanto inéditos, será lançada durante a Flip 2023, em Paraty, onde Corsaletti participará de uma mesa ao lado da escritora Lilian Sais.
O livro é uma inovação no gênero crônica, pois combina imagens e textos de forma única. As fotos, que aparecem no início e no final da obra, não apenas ilustram, mas funcionam como crônicas visuais autônomas. Corsaletti explica que as imagens iniciais transportam o leitor para diferentes lugares antes mesmo de ler a primeira crônica, enquanto as fotos finais sugerem um infinito de histórias não contadas.
A dualidade do autor
Corsaletti destaca a diferença entre seu trabalho como fotógrafo e cronista. Ao fotografar, ele evita registrar pessoas, respeitando sua privacidade. Em contraste, nas crônicas, ele se permite criar e transformar a realidade em narrativas ficcionais. O autor observa que, enquanto a câmera impõe limites, a escrita oferece liberdade total.
O editor Humberto Werneck, especialista em crônicas, ressalta que o cronista é um observador atento, capaz de transformar o cotidiano em textos que tocam a sensibilidade do leitor. Para Corsaletti, o “pacto ficcional” entre o cronista e o leitor é essencial, permitindo que as histórias sejam aceitas como parte de uma realidade construída.
Reflexões sobre o gênero
Embora a autoficção tenha ganhado destaque recentemente, Corsaletti rejeita essa classificação para suas crônicas. Ele argumenta que o gênero já existia antes da moda atual, com cronistas explorando a subjetividade sem a necessidade de rótulos. Werneck, por sua vez, expressa preocupação com a popularidade da autoficção, questionando se isso pode tornar a crônica um caminho mais fácil.
“Um Milhão de Ruas” é uma obra que promete enriquecer o cenário literário brasileiro, trazendo uma nova perspectiva sobre a crônica e a fotografia. Com 416 páginas, o livro é uma oportunidade para os leitores explorarem a sensibilidade e a criatividade de Corsaletti em suas narrativas.