- O Brasil enfrenta um déficit de mão de obra qualificada, afetando a produtividade da indústria.
- Estudos indicam que o país precisará qualificar 14 milhões de trabalhadores até 2027.
- Oito em cada dez empregadores relatam dificuldades para encontrar profissionais qualificados, especialmente em tecnologia.
- O Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027 aponta que 2,2 milhões de novas vagas exigirão formação inicial e 11,8 milhões de trabalhadores precisarão de requalificação.
- Apenas 11% dos jovens brasileiros estão envolvidos em educação profissional, em comparação a 33% no Chile.
A indústria brasileira enfrenta um déficit alarmante de mão de obra qualificada, impactando diretamente sua produtividade e competitividade. Com a chegada da revolução 4.0, que integra tecnologias como internet das coisas e inteligência artificial, a necessidade de profissionais capacitados se torna ainda mais urgente. Estudos apontam que o Brasil precisará qualificar 14 milhões de trabalhadores até 2027, sendo que 81% dos empregadores relatam dificuldades em encontrar candidatos com as habilidades necessárias.
O Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que 2,2 milhões de novas vagas exigirão formação inicial, enquanto 11,8 milhões de trabalhadores já empregados precisarão de requalificação. Felipe Morgado, superintendente do Senai, destaca que o descompasso entre a formação e as demandas do mercado, além do envelhecimento da população, agrava a situação. Atualmente, apenas 11% dos jovens brasileiros estão envolvidos em educação profissional, comparado a 33% no Chile.
Desafios e Mudanças no Mercado
A ManpowerGroup, consultoria de gestão de força de trabalho, constatou que 81% dos empregadores brasileiros enfrentaram dificuldades para encontrar profissionais qualificados em 2022, superando a média global de 74%. Os setores de Tecnologia da Informação e Dados são os mais afetados, com 39% das empresas relatando desafios na contratação. Em São Paulo, pesquisa da Fiesp revela que apenas 11% dos jovens demonstram interesse em trabalhar na indústria, enquanto 58% preferem empreender.
Para reverter esse cenário, a academia e as empresas estão reformulando suas abordagens educacionais. Iniciativas para atrair jovens incluem a criação de escolas próprias e a oferta de treinamentos em novas tecnologias, como inteligência artificial. Essas mudanças visam não apenas suprir a demanda do setor, mas também despertar o interesse dos jovens pela indústria, essencial para o futuro econômico do Brasil.