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Ensino superior não considera efeitos da inteligência artificial, aponta estudo

Universidades brasileiras enfrentam desafios com a falta de diretrizes sobre inteligência artificial generativa, comprometendo a integridade acadêmica

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Ferramentas de IA já transformam ensino e pesquisa, mas poucas instituições brasileiras têm normas oficiais, criando insegurança jurídica e desigualdade no uso (Foto: InfiniteFlow/AdobeStock/Reprodução)
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  • A inteligência artificial generativa (IAG) tem avançado rapidamente, impactando a produção de conhecimento nas universidades brasileiras.
  • Uma pesquisa revelou que apenas sete instituições possuem diretrizes para o uso dessa tecnologia.
  • A pesquisa foi realizada pela Cátedra Oscar Sala da Universidade de São Paulo (USP) e analisou 158 universidades.
  • A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) estão entre as poucas que têm regras estabelecidas.
  • A falta de regulamentação gera insegurança jurídica e pedagógica, dificultando a avaliação de trabalhos e limitando o aprendizado dos alunos.

A inteligência artificial generativa (IAG) tem avançado rapidamente, desafiando conceitos de autoria e integridade acadêmica nas universidades brasileiras. Uma pesquisa recente revelou que apenas sete instituições possuem diretrizes para o uso dessa tecnologia, evidenciando a necessidade urgente de regulamentação no ambiente acadêmico.

Desde o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022, a IAG transformou a produção de conhecimento. Inicialmente visto como um simples chatbot, o modelo evoluiu para uma ferramenta capaz de gerar e revisar textos, analisar dados e até realizar pesquisas complexas. Contudo, essa evolução não foi acompanhada por normas claras nas instituições de ensino superior (IES) no Brasil.

A pesquisa da Cátedra Oscar Sala da USP analisou 158 universidades, incluindo federais, estaduais e particulares. Apenas sete delas, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), apresentaram diretrizes sobre o uso da IAG. A UFMG se destacou ao criar uma comissão permanente para discutir e elaborar regras sobre o tema.

Desafios e Inseguranças

A falta de regulamentação gera um ambiente de insegurança jurídica e pedagógica. Professores enfrentam dificuldades para avaliar trabalhos, temendo contestações legais ao atribuir notas. Essa incerteza pode comprometer o rigor acadêmico e levar à criação de “micro-regimes” nas salas de aula, onde as regras variam amplamente.

Além disso, a ausência de diretrizes claras impede que os alunos aprendam a usar a tecnologia de forma ética. Muitos utilizam ferramentas de IAG de forma oculta, temendo punições por plágio, o que limita seu aprendizado e desenvolvimento de habilidades essenciais.

Caminhos para a Governança

Para enfrentar esses desafios, é necessário que as universidades adotem uma abordagem proativa. Isso inclui a criação de comitês multidisciplinares para elaborar políticas transparentes sobre o uso da IAG, além de fluxos e protocolos para lidar com incidentes. A implementação de salvaguardas em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é fundamental para proteger a privacidade e a propriedade intelectual.

A transformação do improviso em governança é essencial para que a comunidade acadêmica possa se adaptar às novas realidades trazidas pela IAG. A capacitação para o uso crítico da tecnologia e a adaptação dos métodos avaliativos são passos fundamentais para garantir que as habilidades que a IA não replica, como criatividade e pensamento crítico, sejam valorizadas.

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