- O governo da Nova Zelândia decidiu remover palavras Māori de livros didáticos para crianças, gerando protestos de acadêmicos e líderes comunitários.
- A medida é considerada uma ameaça à identidade Māori e à educação bilíngue.
- A mudança faz parte de uma reformulação do currículo, anunciada pela ministra da Educação, Erica Stanford, que prioriza uma abordagem de alfabetização estruturada.
- A inclusão de palavras Māori foi excluída de novos títulos da série Ready to Read Phonics Plus, afetando doze livros e impedindo a reimpressão de At the Marae.
- Educadores criticam a decisão, alegando que prejudica a cultura Māori e a confiança das crianças em aprender a língua.
Recentemente, o governo da Nova Zelândia decidiu remover palavras Māori de livros didáticos para crianças, provocando protestos de acadêmicos e líderes comunitários. A medida é vista como uma ameaça à identidade Māori e à educação bilíngue, em um contexto de críticas à minimização do uso da língua indígena nas escolas.
A mudança faz parte de uma reformulação do currículo, anunciada pela ministra da Educação, Erica Stanford, que implementou uma abordagem de alfabetização estruturada. Essa nova metodologia prioriza o uso de sons e fonemas para ensinar leitura, resultando na exclusão de palavras Māori, exceto nomes de personagens, de novos livros da série Ready to Read Phonics Plus. Essa decisão afeta 12 novos títulos e impede a reimpressão de At the Marae, um livro popular que ensina sobre a cultura Māori.
A justificativa do ministério é que a inclusão de palavras Māori poderia confundir crianças que estão aprendendo a ler em inglês. No entanto, um relatório do ministério reconheceu que as evidências sobre essa confusão são “mistas” e “incertas”. A ministra afirmou que a decisão foi baseada em feedback de escolas de imersão em Māori, que preferem manter a língua indígena isolada do inglês em livros didáticos.
Críticas e Consequências
Educadores e especialistas criticaram a decisão, considerando-a um ataque à língua e cultura Māori. Dr. Awanui Te Huia, da Universidade de Wellington, destacou que a medida prejudica a identidade cultural e a confiança das crianças em aprender a língua. Ela também apontou que muitos alunos Māori enfrentam barreiras para acessar escolas de imersão devido a longas listas de espera.
A associação de diretores de escolas Māori, Te Akatea, expressou indignação, afirmando que a decisão é uma “demonstração de racismo e supressão cultural”. A ministra Stanford, por sua vez, rejeitou as alegações de que sua política é um ataque à língua Māori, afirmando que a decisão é fundamentada em evidências.
A situação levanta preocupações sobre o futuro da língua Māori na Nova Zelândia, com líderes educacionais alertando que o país pode estar retrocedendo em seus esforços de revitalização linguística. A presidente da Federação de Diretores, Leanne Otene, afirmou que a percepção é de que o governo está tratando a língua Māori como menos importante, o que pode impactar negativamente as gerações futuras.