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Menos calouros ingressam em Engenharias no Brasil e maioria opta por EAD

Queda no número de calouros em Engenharia gera alerta sobre escassez de profissionais qualificados e a necessidade de reformas urgentes na formação acadêmica

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Em 2023, o número de calouros em cursos de Engenharia a distância superou o total de ingressantes em graduações presenciais pela primeira vez (Foto: Adobe Stock)
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  • Em 2023, o Brasil registrou um aumento nas matrículas em cursos de Engenharia a distância, que alcançaram 54% do total, superando o presencial pela primeira vez.
  • Nos últimos dez anos, houve uma queda de 23% no número de calouros na área, passando de 469,4 mil em 2014 para 358,4 mil em 2023.
  • Especialistas alertam para um possível apagão de profissionais em setores como transição energética e inteligência artificial.
  • O Ministério da Educação (MEC) planeja novas regras para cursos a distância, incluindo atividades presenciais e estágios, visando melhorar a qualidade do ensino.
  • A mudança no perfil dos alunos é evidente, com um aumento de estudantes acima de 30 anos, que buscam flexibilidade para conciliar trabalho e estudos.

Em 2023, o Brasil registrou uma mudança significativa no cenário das graduações em Engenharia. Pela primeira vez, as matrículas em cursos a distância (EAD) superaram as do presencial, alcançando 54% do total. Essa transformação ocorre em um contexto de queda de 23% no número de calouros na área nos últimos dez anos, passando de 469,4 mil em 2014 para 358,4 mil em 2023.

Os especialistas alertam para um possível apagão de profissionais, especialmente em setores críticos como transição energética e inteligência artificial. Entre os fatores que contribuem para a diminuição do interesse estão as dificuldades em Matemática e a necessidade de tornar as aulas mais práticas e conectadas à realidade. A mudança no perfil dos alunos também é notável, com um aumento expressivo na modalidade EAD, que em 2014 representava apenas 5,9% dos ingressantes.

Desafios e Oportunidades

O Ministério da Educação (MEC) está preparando novas regras para as graduações a distância, que incluem exigências de atividades presenciais e estágios. O EAD se tornou uma opção mais acessível, especialmente para aqueles que residem em regiões remotas. No entanto, a qualidade do ensino remoto é frequentemente questionada. O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) defende a necessidade de uma cota mínima de aulas presenciais para garantir a formação adequada dos futuros engenheiros.

A mudança no perfil dos alunos é evidente. Na Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), a maioria dos estudantes é composta por pessoas acima de 30 anos, casadas e que já trabalham. Esses alunos buscam flexibilidade e a possibilidade de conciliar estudos com a vida profissional. Contudo, a falta de contato prático em laboratórios e atividades de campo é uma preocupação expressa por muitos.

A Necessidade de Reformas

A queda no interesse pelas Engenharias é um fenômeno global, impulsionado pela percepção de que esses cursos são difíceis e longos. Para reverter essa tendência, o Confea propõe uma atualização nas grades curriculares, com foco em disciplinas práticas e maior interação com a indústria. A inclusão de problemas reais e projetos de inovação é essencial para atrair novos estudantes.

Além disso, a defasagem em Matemática, acentuada pela pandemia, tem impactado a formação dos calouros. Muitas instituições estão implementando reforços nas matérias básicas para nivelar os alunos. A migração de engenheiros para áreas mais lucrativas, como o mercado financeiro, também contribui para a escassez de profissionais qualificados no setor. A situação exige atenção urgente para garantir a formação de novos engenheiros, essenciais para o desenvolvimento do país.

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