- A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que proíbe a progressão continuada nas escolas brasileiras.
- O modelo atual evita reprovações nos primeiros anos do ensino fundamental e foi criado para reduzir o abandono escolar.
- Mais da metade das capitais e estados brasileiros utiliza esse sistema, que pode afetar cerca de cinco milhões de crianças.
- O relator do projeto, Nikolas Ferreira, critica a eficácia do modelo, enquanto defensores, como Ivan Gontijo, destacam sua importância para a aprendizagem.
- O projeto seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, para o Senado, onde o debate sobre a educação brasileira continuará.
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que proíbe a progressão continuada nas escolas brasileiras, gerando intensos debates entre políticos e educadores. Essa estratégia, que evita reprovações nos primeiros anos do ensino fundamental, foi implementada para reduzir o abandono escolar, mas enfrenta críticas sobre sua eficácia.
Atualmente, mais da metade das capitais e estados brasileiros utiliza algum sistema de progressão continuada, conhecido por críticos como “aprovação automática”. Um levantamento indica que cerca de cinco milhões de crianças seriam afetadas pela proibição. O modelo permite que alunos sejam avaliados ao longo de um ciclo, geralmente de três anos, sem reprovações nos dois primeiros anos.
Ivan Gontijo, gerente de Políticas Públicas do Todos Pela Educação, defende que a progressão continuada é uma ferramenta para diminuir as reprovações e o abandono escolar. No entanto, a professora Márcia Jacomini, da Universidade Federal de São Paulo, alerta que o sucesso do modelo depende de um acompanhamento efetivo dos alunos. Sem esse suporte, a falta de reprovação pode desengajar os estudantes.
Críticas e Apoios
O projeto que visa acabar com a progressão continuada é apoiado por políticos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O relator do projeto, Nikolas Ferreira, argumenta que o modelo, implementado por Paulo Freire na década de 1990, teve resultados insatisfatórios. Em contrapartida, dados históricos mostram que a aprendizagem em língua portuguesa e matemática melhorou desde a adoção do modelo.
A proposta agora segue para a Comissão de Constituição e Justiça e, posteriormente, para o Senado. O debate sobre a eficácia da progressão continuada continua, com defensores e críticos apresentando argumentos sobre o impacto na educação brasileira. O Ministério da Educação não se manifestou sobre a aprovação do projeto.