- Juan Josué Chel, professor em Santa Clara Chajul, organiza excursões anuais para alunos, mesmo com greves e dificuldades logísticas.
- A região de Quiché enfrenta altos índices de pobreza, com 58% das crianças desnutridas e 45% analfabetas.
- Durante uma greve de 79 dias, Chel levou mais de 25 alunos em sua oitava excursão escolar, destacando a importância de experiências fora da sala de aula.
- O projeto recebe apoio de doadores, como Suzane Brichaux e Robert Gröllen, que contribuíram para financiar as viagens.
- Chel busca recursos para melhorar a educação, incluindo a aquisição de 21 computadores, e acredita que as excursões ampliam os horizontes dos alunos.
A Luta pela Educação em Santa Clara Chajul
Em meio a uma grave crise educacional, Juan Josué Chel, professor em Santa Clara Chajul, organiza anualmente excursões para seus alunos, proporcionando experiências transformadoras. Mesmo enfrentando greves e desafios logísticos, Chel conta com o apoio de doadores para realizar essas viagens.
Santa Clara Chajul, localizada na região de Quiché, é uma das áreas mais afetadas pela pobreza extrema em Guatemala. Com 58% da população infantil desnutrida e 45% analfabeta, a situação é alarmante. Durante uma greve de 79 dias que paralisou as aulas, Chel conseguiu levar mais de 25 alunos em sua oitava excursão escolar, destacando a importância de experiências fora da sala de aula.
A jornada de Chel, que percorre montanhas e enfrenta condições adversas, é marcada por sua dedicação. Ele ensina em uma comunidade sem eletricidade e água potável, onde as escolas também funcionam como comedores para crianças que dependem da alimentação escolar. “Para mim, é um prêmio para meus alunos por terem completado a primária”, afirma Chel, ressaltando a importância da convivência e do aprendizado prático.
Apoio e Solidariedade
O professor recebe apoio de diversas pessoas, incluindo Suzane Brichaux, que se envolveu no projeto após conhecer Chel. Ela destaca como as excursões impactam a vida das crianças, que muitas vezes nunca saíram de sua aldeia. “Essas experiências mudam vidas e nos marcam também”, diz Brichaux, que organiza atividades e visitas para os alunos.
Além disso, a solidariedade é fundamental para viabilizar as excursões. O austríaco Robert Gröllen, que nunca conheceu a aldeia, enviou doações que ajudaram a financiar as viagens. Após seu falecimento, seu filho continuou o legado, arrecadando fundos para manter o projeto vivo. Em 2025, os alunos visitaram a Feria del Libro e receberam livros, reforçando a importância da leitura e do conhecimento.
Desafios e Esperanças
Apesar das dificuldades, Chel mantém a esperança. Ele acredita que as excursões abrem portas que a educação tradicional não consegue. “Muitos alunos já partiram para os Estados Unidos, mas precisamos resistir e oferecer experiências que inspirem”, afirma. A ministra da Educação, Anabella Giracca, elogiou Chel como um exemplo de dedicação e inovação no ensino.
Com a desnutrição infantil e a migração de jovens em alta, a luta de Chel é uma forma de resistência. Ele continua buscando recursos, como 21 computadores para seus alunos, e sonha com novas aventuras que possam ampliar os horizontes das crianças. “Os verdadeiros sucessos não são medidos em estatísticas, mas nas vidas que conseguimos tocar”, conclui Chel, reafirmando seu compromisso com a educação e o futuro de seus alunos.
