- O retorno às aulas em 2025 enfrenta desafios significativos em várias regiões, com previsão de seis milhões de crianças a mais fora da escola até o final de 2026.
- A Unicef aponta que já existem 272 milhões de crianças sem acesso à educação, agravado por cortes na ajuda internacional e crises econômicas.
- A Ajuda Oficial ao Desenvolvimento para o setor educacional deve cair em R$ 3,2 bilhões, uma redução de 24% em relação a 2023.
- No Sahel, inundações e insegurança resultaram no fechamento de mais de 8.000 escolas, enquanto em Bangladesh, o fechamento de centros de aprendizado afetou 300.000 crianças refugiadas.
- Afeganistão e Bolívia também enfrentam crises, com meninas impedidas de frequentar a escola e alunos abandonando os estudos devido a dificuldades financeiras e surtos de doenças.
Retorno às aulas em 2025 enfrenta desafios sem precedentes em regiões afetadas por crises humanitárias
O retorno às aulas em 2025 será marcado por desafios significativos em várias regiões do mundo, especialmente na África, Ásia e América Latina. A previsão é de que seis milhões de crianças a mais fiquem fora da escola até o final de 2026, somando-se aos 272 milhões que já não têm acesso à educação, segundo um relatório da Unicef.
Os cortes na ajuda internacional e a crise econômica global estão impactando severamente a educação. A Ajuda Oficial ao Desenvolvimento destinada ao setor educacional deve cair em 3,2 bilhões de dólares, representando uma redução de 24% em relação a 2023. As regiões mais afetadas incluem o Sahel, Afeganistão e Bolívia, onde a violência, a pobreza e as mudanças climáticas agravam a situação.
Situação no Sahel
No Sahel, países como Burkina Faso, Níger e Mali enfrentam um cenário crítico. O diretor regional da Educo, Edouard Ndeye, destaca que o início das aulas pode ser adiado devido a inundações e à falta de organização. Em 2024, chuvas torrenciais resultaram em 550 mortes e mais de dois milhões de deslocados. Além disso, a insegurança na região levou ao fechamento de mais de 8.000 escolas.
Desafios em Bangladesh e Afeganistão
Em Bangladesh, a situação é igualmente alarmante. A Unicef fechou mais de 6.400 centros de aprendizado em Cox’s Bazar, afetando 300.000 crianças refugiadas. O diretor da Educo no país, Hamid Abdul, aponta que o fechamento da USAID resultou na interrupção de diversos projetos educacionais, forçando muitas famílias a escolher entre sobrevivência e educação.
Afeganistão também enfrenta um cenário desolador. Com a volta do regime talibã, mais de 2,2 milhões de meninas estão impedidas de frequentar a escola. Fabio Checcacci, da ONG WeWorld, menciona que as alternativas educacionais, como cursos privados, são inacessíveis para muitos devido à falta de recursos.
Crise na Bolívia
A Bolívia, por sua vez, lida com uma crise econômica e um surto de sarampo que afeta a educação. A diretora da Educo no país, Viviana Farfán, relata que muitos alunos abandonaram a escola para ajudar financeiramente suas famílias. Além disso, incêndios florestais e a emergência sanitária dificultam ainda mais o retorno às aulas.
Com a redução da ajuda internacional e o agravamento das crises locais, o futuro da educação em regiões vulneráveis se torna cada vez mais incerto.