- Ignacio Bosque, gramático da língua espanhola, publicou um artigo na revista Archiletras.
- O texto aborda a incomodidade de professores com o uso do feminino singular em contextos genéricos.
- Bosque destaca que essa escolha pode gerar interpretações equivocadas, como acusações de machismo.
- Ele observa que o genérico masculino tem sido uma solução eficaz para incluir todos os gêneros ao longo do tempo.
- A aceitação do feminino singular varia conforme o contexto e a conotação da frase utilizada.
Ignacio Bosque, um dos principais gramáticos da língua espanhola, publicou um artigo na revista *Archiletras*, onde discute a incomodidade de professores em relação ao uso do feminino singular em contextos genéricos. O texto, que faz eco ao seu trabalho de 2012 sobre sexismo linguístico, revela como essa escolha pode gerar interpretações equivocadas.
Bosque observa que muitos educadores se sentem desconfortáveis quando uma aluna utiliza o termo “uma alumna” em vez de “um aluno”. Essa escolha, embora respeitosa, pode ser mal interpretada, levando a acusações de machismo. O autor destaca que o uso do feminino singular, em algumas situações, pode ser visto como uma tentativa de deslegitimar a eficácia das mulheres em determinadas funções.
A análise de Bosque sugere que o genérico masculino tem sido uma solução eficaz para incluir todos os gêneros, funcionando assim por séculos nas línguas derivadas do latim. Ele argumenta que a confusão surge quando o genérico masculino é interpretado como exclusivo para homens, o que complica a comunicação.
Além disso, Bosque ressalta que a aceitação do feminino singular depende do contexto e da conotação da frase. Por exemplo, uma frase positiva como “este artigo é tão claro que parece escrito por uma filóloga” é bem recebida, enquanto uma negativa pode gerar desconfiança. O autor conclui que a complexidade do tema exige uma reflexão cuidadosa, sem soluções simples.