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Comércio de cadáveres humanos gera polêmica e lucro nos Estados Unidos

Abusos na doação de corpos nos EUA levantam questões éticas e exigem regulamentação urgente após o caso de Harold Dillard

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Empresas lucram com a venda de corpos para universidades e empresas de engenharia médica (Foto: Reprodução)
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  • A doação de corpos para a ciência nos Estados Unidos enfrenta polêmica, especialmente após o caso de Harold Dillard, que expôs abusos na indústria de comerciantes de corpos.
  • Dillard, que faleceu em 2009, doou seu corpo para ajudar na formação de médicos, mas partes de seu corpo foram encontradas em um depósito da empresa Bio Care.
  • A Bio Care, que não existe mais, negou as acusações de tratamento inadequado, mas mais de 100 partes de corpos de 45 pessoas foram descobertas, muitas mutiladas.
  • A falta de regulamentação nos EUA permite práticas questionáveis, como a colaboração entre funerárias e comerciantes de corpos, que recebem taxas por indicações.
  • Especialistas sugerem que os EUA deveriam adotar regulamentações mais rigorosas, seguindo o exemplo de outros países, para evitar a exploração na doação de corpos.

Doação de corpos para a ciência gera polêmica nos EUA

A doação de corpos para a ciência, prática comum em universidades, enfrenta crescente controvérsia nos Estados Unidos. O caso de Harold Dillard, que faleceu em 2009, expôs abusos na indústria de “comerciantes de corpos”, revelando desmembramento inadequado e exploração de doações.

Dillard, diagnosticado com câncer, decidiu doar seu corpo para ajudar na formação de médicos. Sua filha, Farrash Fasold, recorda que ele viu isso como um ato altruísta. No entanto, após sua morte, a polícia encontrou partes do corpo de Dillard em um depósito da empresa Bio Care, que havia coletado seu corpo. Mais de 100 partes de corpos de 45 pessoas foram descobertas, muitas mutiladas de forma grotesca.

A Bio Care, que não existe mais, negou as acusações de tratamento inadequado. O caso de Dillard ilustra um problema maior: a falta de regulamentação nos EUA em comparação com outros países, onde o comércio de corpos é estritamente controlado. Nos EUA, empresas lucrativas atuam como intermediárias, adquirindo e revendendo corpos para universidades e empresas de engenharia médica.

Crescimento do comércio de corpos

Desde o século 19, a doação de corpos tem sido vista como uma contribuição à ciência. Em 2022, a Universidade da Califórnia recebeu 1,6 mil doações e possui uma lista de quase 50 mil pessoas dispostas a doar. Embora muitos façam isso por altruísmo, a alta dos custos funerários também motiva essa escolha.

Entretanto, o surgimento de empresas privadas que lucram com a doação de corpos levanta questões éticas. A Lei Uniforme de Doações Anatômicas nos EUA permite a cobrança de taxas por “processamento”, o que tem incentivado o comércio. Entre 2011 e 2015, intermediários privados receberam 50 mil corpos e distribuíram 182 mil partes.

Questões éticas e regulamentação

A falta de regulamentação adequada permite que práticas questionáveis prosperem. A colaboração entre funerárias e comerciantes de corpos, onde as funerárias recebem taxas por indicações, é uma das preocupações. Além disso, casos de doações de “corpos do Estado”, onde pessoas sem identificação são usadas para pesquisa, também geram indignação.

A necessidade de mais regulamentação é amplamente reconhecida. Especialistas sugerem que os EUA poderiam seguir o exemplo europeu e proibir o comércio de corpos com fins lucrativos. A tecnologia de realidade virtual também pode oferecer alternativas no futuro, mas, por enquanto, a demanda por corpos humanos continua a crescer, assim como as controvérsias em torno dessa prática.

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