- Adolescentes enfrentam dificuldades de sono, como dormir tarde e acordar cedo, afetando seu desempenho escolar e bem-estar.
- Monica Andersen, especialista em sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que essa questão é biológica, não apenas uma fase rebelde.
- Andersen sugere que as escolas comecem mais tarde para melhorar a concentração e o humor dos estudantes.
- A falta de sono adequado pode levar a problemas como baixa concentração e aumento da depressão entre os jovens.
- A proposta de mudar os horários escolares enfrenta desafios logísticos, mas é importante alinhar as atividades escolares com os ciclos naturais de sono dos adolescentes.
Os adolescentes enfrentam desafios significativos relacionados ao sono, como a tendência de dormir tarde e acordar cedo, o que impacta seu desempenho escolar e bem-estar. Monica Andersen, especialista em sono e chefe da disciplina de biologia do sono na Unifesp, explica que essa dificuldade não é apenas uma fase rebelde, mas sim uma questão biológica.
Andersen destaca que, durante a adolescência, o relógio biológico dos jovens se ajusta para horários mais tardios, resultando em uma necessidade de dormir mais tarde e acordar também mais tarde. “As escolas começam muito cedo, o que complica a rotina dos adolescentes”, afirma a especialista. Para ela, o ideal seria que as aulas começassem mais tarde, permitindo que os estudantes aproveitem melhor o período em que estão mais alertas e concentrados.
Impactos do Sono na Educação
A falta de sono adequado pode levar a problemas como baixa concentração e aumento de casos de depressão entre os adolescentes. Andersen ressalta que estudos mostram que um horário escolar adaptado ao ciclo biológico dos jovens pode resultar em melhor desempenho acadêmico e maior bem-estar emocional. “Menos relatos de depressão e mais bom humor são observados quando as aulas ocorrem em horários mais apropriados”, explica.
Além de abordar a importância do sono, Andersen também oferece orientações sobre como melhorar a qualidade do sono. Em suas aulas na plataforma CasaFolha, ela discute conceitos como o relógio biológico e dá dicas práticas para uma rotina noturna saudável. A especialista enfatiza que cada pessoa possui uma necessidade de sono única, que muda ao longo da vida.
A Necessidade de Mudanças Estruturais
A proposta de iniciar as aulas mais tarde enfrenta desafios logísticos, como a adaptação das famílias. No entanto, Andersen defende que a sociedade deve reconhecer a importância de respeitar os ciclos naturais de sono. Ela argumenta que, ao alinhar as atividades escolares com as necessidades biológicas dos adolescentes, é possível criar um ambiente mais propício para o aprendizado e a saúde mental.
Com mais de 600 artigos publicados, Andersen continua a contribuir para a discussão sobre a relação entre sono e desempenho escolar, destacando a necessidade de uma abordagem mais flexível e adaptada às realidades dos jovens.