- Moradores da Barra, Recreio e outros dezenove bairros do Rio de Janeiro foram transferidos da Zona Oeste para a nova Zona Sudoeste, conforme sancionado pelo prefeito Eduardo Paes.
- A mudança, publicada no Diário Oficial, não altera serviços ou impostos imediatamente, mas visa otimizar o planejamento urbano e a aplicação de recursos.
- A nova Zona Sudoeste abrange cerca de 200 quilômetros quadrados e inclui bairros como Barra Olímpica, Cidade de Deus e Jacarepaguá.
- Dados financeiros indicam que a nova zona arrecadou R$ 1,7 bilhão de Imposto Sobre Serviços (ISS) em 2024, superando a antiga Zona Oeste, que arrecadou R$ 260 milhões.
- A segurança pública e a educação na nova região apresentam desafios, com uma média de 24,4 homicídios por cem mil habitantes e um Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 5,22 em 2023.
Na última segunda-feira, moradores da Barra, Recreio e outros 19 bairros do Rio de Janeiro foram surpreendidos ao descobrir que deixaram a Zona Oeste para integrar a nova Zona Sudoeste, conforme sancionado pelo prefeito Eduardo Paes. A mudança, publicada no Diário Oficial, não acarretará alterações imediatas nos serviços ou impostos, mas busca otimizar o planejamento urbano e a aplicação de recursos.
A nova Zona Sudoeste, que abrange cerca de 200 quilômetros quadrados, inclui bairros como Barra Olímpica, Cidade de Deus e Jacarepaguá. A expectativa é que a nova divisão melhore a gestão de políticas públicas, promovendo desenvolvimento econômico e social. Especialistas e moradores acreditam que a mudança pode resultar em maior valorização dos imóveis na região, que já apresenta características distintas da antiga Zona Oeste.
O vereador Dr. Gilberto, autor do projeto, defende que a nova divisão corrige uma incongruência histórica, permitindo uma administração mais eficaz. O arquiteto Carlos Eduardo Nunes-Ferreira, também favorável à mudança, ressalta que a nova organização pode atrair investimentos para áreas que historicamente receberam menos atenção.
Dados financeiros mostram que a nova Zona Sudoeste arrecadou R$ 1,7 bilhão de ISS em 2024, superando a antiga Zona Oeste, que arrecadou R$ 260 milhões. Em relação ao IPTU, a nova zona arrecadou R$ 1,44 bilhão, refletindo seu potencial econômico. Contudo, a desigualdade social persiste, com a Barra apresentando uma média de 16,85 salários mínimos por domicílio, enquanto a Cidade de Deus registra apenas 1,79.
A segurança pública também é uma preocupação. Em 2024, a nova região teve uma média de 24,4 homicídios por cem mil habitantes, ligeiramente superior à nova Zona Oeste. A professora Monique Batista Carvalho observa que a redução de homicídios pode estar ligada a um apaziguamento entre facções criminosas.
A educação na nova Zona Sudoeste também apresenta desafios. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 mostra que a região obteve nota de 5,22, superior à nova Zona Oeste, mas ainda abaixo da Zona Sul. Especialistas alertam que a violência impacta negativamente a aprendizagem, exigindo atenção das autoridades.
Moradores e líderes comunitários expressam cautela em relação à mudança, destacando a importância do engajamento da população e do planejamento estratégico para que a nova divisão traga benefícios reais. A expectativa é que a nova nomenclatura e a reestruturação administrativa possam, no futuro, resultar em melhorias concretas para a região.