- A Lei 10.639/03 regulamenta o ensino da história e cultura afro-brasileiras, mas seu cumprimento nas escolas é deficiente.
- Isabel Casimira e Mestre Prego destacam a educação como ferramenta para combater o racismo e a intolerância.
- Durante o 14º Festival Artes Vertentes, em Tiradentes, eles debateram a valorização da cultura negra e criticaram a abordagem superficial nas escolas.
- O congado, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil em 2025, é uma expressão importante da ancestralidade africana, mas frequentemente ignorada.
- O festival promove um diálogo entre as culturas da América, África e Europa, ressaltando a importância da memória e resistência cultural.
Mestres da cultura popular, como Isabel Casimira e Mestre Prego, defendem a importância do ensino da história e cultura afro-brasileiras nas escolas como uma ferramenta essencial para combater o racismo e a intolerância. Apesar da Lei 10.639/03, que regulamenta essa educação, muitas instituições ainda não a cumprem adequadamente. Isabel, Rainha de Congo das Guardas de Congo e Moçambique Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário, critica a superficialidade com que algumas escolas abordam o tema, afirmando que “tem escola que finge que faz”.
Durante o 14º Festival Artes Vertentes, realizado em Tiradentes, Isabel e Mestre Prego participaram de um debate sobre a importância da educação para a valorização da cultura negra. Isabel enfatiza que muitos professores não têm conhecimento suficiente sobre o assunto e oferece orientações práticas para melhorar o ensino. “Uma palavra pode fazer diferença”, afirma, referindo-se à necessidade de abordar a diversidade de etnias no candomblé.
Mestre Prego, que ministra oficinas em escolas de fora de Minas Gerais, lamenta a falta de interesse local em discutir a cultura negra. Ele destaca que o congado, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil em 2025, é uma expressão rica da ancestralidade africana, mas muitas vezes ignorada. O congado, que inclui diversas tradições e rituais, é uma parte fundamental da história brasileira, que merece ser ensinada nas escolas.
A educação sobre a cultura afro-brasileira não apenas promove o respeito entre diferentes crenças, mas também ajuda a combater preconceitos. Isabel sugere que cada escola tenha um educador focado em ensinar a história do outro, independentemente de sua religião. O festival, que segue até o dia 21, propõe um diálogo entre as culturas da América, África e Europa, reforçando a importância da memória e resistência cultural.