- Uma pesquisa revelou que cinquenta e sete por cento dos estudantes brasileiros não percebem preocupação das escolas com seu bem-estar.
- Apenas vinte e dois por cento dos alunos se sentem acolhidos nas instituições de ensino.
- O estudo, realizado pelo Instituto Educbank e pelo Great Place to Study, envolveu quase dezoito mil participantes em cerca de duzentas escolas no Brasil.
- A pesquisa também apontou que sessenta e quatro por cento dos alunos se sentem sobrecarregados e vinte e quatro por cento não pertencem a nenhum grupo social.
- Entre os professores, setenta e cinco por cento relataram esgotamento emocional, embora noventa e um por cento afirmem que a profissão traz felicidade.
Uma pesquisa recente revelou que 57% dos estudantes brasileiros não sentem que suas escolas se preocupam com seu bem-estar, enquanto apenas 22% se sentem acolhidos. O estudo, realizado pelo Instituto Educbank em parceria com o Great Place to Study, coletou dados de quase 18 mil participantes, incluindo alunos, pais e professores, em quase 200 escolas de todo o Brasil.
Os resultados indicam que o ambiente escolar, que deveria ser um espaço de proteção, tem se tornado um local de cansaço, ansiedade e sobrecarga emocional. A pesquisa destaca a normalização do bullying e a exclusão social, especialmente nos anos finais do ensino fundamental, onde o índice de convivência caiu para 46 pontos. Para o CEO do Great Place to Study, João Hoppner, essa situação é preocupante, pois muitos alunos se sentem invisíveis e desprotegidos.
Além disso, 64% dos alunos relataram sentir-se sobrecarregados pela escola, e 24% afirmaram não pertencer a nenhum grupo. A pesquisa também apontou que a relação entre famílias e escolas está se deteriorando, com um em cada cinco pais afirmando que seus filhos são apenas um número nas instituições. Hoppner enfatiza a necessidade de uma aliança entre escolas e famílias para enfrentar esses desafios.
Esgotamento dos Educadores
O estudo também abordou o esgotamento emocional dos professores, com 75% dos entrevistados relatando desgaste significativo. Apesar disso, 91% afirmaram que a profissão traz felicidade. Os autores do levantamento destacam que a falta de políticas de apoio aos educadores pode comprometer a qualidade do ensino e a saúde mental dos alunos.
Os dados sugerem que a cultura do silêncio em relação à violência escolar precisa ser quebrada. Hoppner menciona casos trágicos, como o de Alícia Valentina, que evidenciam a gravidade da situação. A pesquisa recomenda a implementação de educação socioemocional no currículo e a criação de estruturas de escuta para alunos e professores, visando um ambiente escolar mais acolhedor e empático.