- O retorno ao trabalho presencial pode aumentar a rotatividade no mercado de trabalho brasileiro, especialmente entre as mulheres.
- Pesquisa da Robert Half, em parceria com o Insper, indica que 34% dos trabalhadores pretendem deixar seus empregos com a volta ao modelo presencial.
- Entre as mulheres, 77% estão insatisfeitas com a perda de flexibilidade, e 81% afirmam que deixariam seus empregos se o home office fosse totalmente eliminado.
- A pesquisa também revela que 83% das mulheres e 76% dos homens se preocupam com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
- A pressão para reduzir o home office tem crescido, com muitas empresas adotando modelos híbridos, mas exigindo mais dias presenciais.
O retorno ao trabalho presencial pode intensificar a rotatividade no mercado de trabalho brasileiro, especialmente entre as mulheres. Uma pesquisa da Robert Half, em parceria com o Insper, revelou que 34% dos trabalhadores pretendem deixar seus empregos com a volta ao modelo presencial. O estudo, que ouviu 1.432 profissionais entre março e abril, destaca que 77% das mulheres estão insatisfeitas com a perda de flexibilidade.
Os dados refletem um cenário de insatisfação crescente. Segundo a consultoria LCA, mais de um terço dos trabalhadores com carteira assinada mudaram de emprego nos últimos 12 meses, um aumento em relação aos 25% registrados há cinco anos. Mariana Horno, diretora da Robert Half, afirma que os funcionários se acostumaram à flexibilidade e valorizam seu bem-estar e saúde mental. A volta ao presencial é vista como desnecessária, especialmente quando não há evidências de perda de produtividade.
Impacto nas Mulheres
A pesquisa revela que as mulheres são as mais afetadas pela falta de flexibilidade. Enquanto 66% dos homens consideram deixar seus empregos se perderem parcialmente o trabalho remoto, esse número sobe para 77% entre as mulheres. Em caso de perda total do home office, 81% das mulheres afirmam que deixariam seus empregos, em comparação a 66% dos homens.
As principais preocupações incluem a perda do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, citada por 83% das mulheres e 76% dos homens. A redução do estresse também é uma preocupação, com 81% das mulheres e 72% dos homens indicando essa perda como significativa. Tatiana Iwai, professora do Insper, destaca que a flexibilidade é crucial para as mulheres, que ainda enfrentam sobrecargas em suas rotinas domésticas.
Pressão por Retorno
A pressão para reduzir o home office tem aumentado nos últimos meses. Horno observa que muitas empresas estão adotando modelos híbridos, mas há uma tendência crescente de exigir mais dias presenciais. A disposição para essa mudança varia entre as empresas, e quando a produtividade não atende às expectativas, a rigidez nas políticas de trabalho remoto tende a aumentar.