- Gabriella Di Laccio, cantora lírica brasileira em Londres, foi condecorada como Membro da Ordem do Império Britânico pela Coroa Britânica.
- A honraria reconhece seus esforços pela igualdade de gênero na música clássica e será oficializada em cerimônia no final deste mês.
- Di Laccio é fundadora da organização Donne, que promove compositoras na música clássica.
- Ela participará de eventos em São Paulo entre os dias 19 e 21 de setembro, incluindo o Abram Alas e o Fórum de Mulheres Ópera Latinoamérica.
- Desde 2018, o projeto Donne busca aumentar a visibilidade de compositoras, monitorando a programação de orquestras e exigindo maior inclusão feminina.
Gabriella Di Laccio, cantora lírica brasileira radicada em Londres, foi condecorada com o título de Membro da Ordem do Império Britânico pela Coroa Britânica. A honraria, recebida em reconhecimento aos seus esforços pela igualdade de gênero na música clássica, será oficialmente instituída em cerimônia no final deste mês.
A artista, que vive na capital britânica há mais de dez anos, ficou tão surpresa ao receber a carta do Palácio que quase não conseguiu lê-la. Di Laccio é a fundadora da Donne, uma organização dedicada a promover compositoras na música clássica. Ela se junta a um seleto grupo de condecorados, incluindo nomes como Paul McCartney e Adele, além de outras brasileiras que receberam honrarias anteriormente.
Antes da cerimônia, Di Laccio participará de eventos em São Paulo, como o Abram Alas e o Fórum de Mulheres Ópera Latinoamérica, que ocorrerão entre os dias 19 e 21 de setembro no Theatro Municipal. Nascida em Canoas, no Rio Grande do Sul, a artista estudou canto lírico na Camerata Antiqua de Curitiba e no Royal College of Music, em Londres.
A inquietação de Di Laccio sobre a falta de visibilidade das compositoras começou após descobrir uma enciclopédia que listava milhares de mulheres na história da música clássica. Desde então, ela se dedicou a investigar e promover a inclusão de compositoras, constatando que apenas 2,3% das músicas executadas pelas principais orquestras do mundo eram de autoria feminina.
O projeto Donne, lançado em 2018, cresceu e passou a ser reconhecido globalmente. A iniciativa não só elenca compositoras, mas também monitora a programação de orquestras, exigindo uma maior presença feminina. Di Laccio destaca que não há justificativa para concertos que não incluam pelo menos 50% de mulheres.
Além de sua atuação na Donne, a soprano também se dedica a promover a música clássica sul-americana na Europa, buscando diversificar o repertório e atrair novos públicos. Para ela, a inclusão de compositoras é essencial para o futuro da música clássica, pois representa não apenas uma questão de igualdade, mas também de diversidade.