- O Google lançou um recurso chamado “ajuda para lição de casa” no navegador Chrome em 2 de setembro, que sugere respostas durante testes.
- Educadores expressam preocupações sobre desonestidade acadêmica e privacidade dos dados dos estudantes.
- Universidades como Emory e UCLA alertaram seus professores sobre a presença do botão em sites de cursos.
- O especialista em tecnologias emergentes, Ian Linkletter, criticou a iniciativa, afirmando que compromete a integridade acadêmica.
- Embora o Google tenha pausado temporariamente o recurso, não há garantia de desativação permanente.
Um novo recurso do Google, chamado “ajuda para lição de casa”, foi adicionado ao navegador Chrome em 2 de setembro, permitindo que estudantes recebam sugestões de respostas durante testes. A ferramenta, que utiliza a tecnologia Google Lens, levanta preocupações sobre desonestidade acadêmica e privacidade dos dados, especialmente entre educadores.
Universidades como Emory e UCLA já alertaram seus professores sobre a presença do botão em sites de cursos. Ian Linkletter, especialista em tecnologias emergentes, critica a iniciativa, afirmando que o Google está comprometendo a integridade acadêmica ao facilitar o acesso a respostas durante avaliações. A empresa, por sua vez, pausou temporariamente o recurso, mas não garantiu sua desativação permanente.
Educadores expressam frustração com a falta de controle sobre a ferramenta. Melissa Loble, da Instructure, e Colin Horgan, da D2L, também manifestaram preocupações sobre as implicações para a privacidade e a segurança dos dados dos estudantes. Embora não haja relatos de uso da ferramenta para colar até o momento, a possibilidade de sua utilização gera um clima de incerteza nas salas de aula.
Implicações da IA na Educação
O botão de ajuda para lição de casa não é o primeiro recurso de IA a causar polêmica nas escolas. Desde a popularização do ChatGPT, muitos estudantes têm utilizado a ferramenta tanto para pesquisa quanto para trapaças. Dados do Centro de Pesquisas Pew indicam que 26% dos adolescentes americanos entre 13 e 17 anos usaram o ChatGPT para trabalhos escolares, um aumento significativo em relação ao ano anterior.
Educadores estão preocupados com a normalização do uso da IA em ambientes educacionais. A ferramenta do Google, por ser direcionada aos estudantes, pode criar a falsa impressão de que é uma parte aceita do processo de aprendizado. Além disso, a captura de dados de sites de cursos privados é considerada irresponsável por alguns especialistas.
A situação destaca a necessidade de um debate mais profundo sobre o papel da IA na educação e a responsabilidade das empresas de tecnologia em garantir que suas inovações não comprometam a qualidade do ensino e a ética acadêmica.
