- Em 2024, a taxa de informalidade entre adolescentes de 16 e 17 anos no Brasil caiu para 69,4%, a menor desde 2016.
- A redução é atribuída ao aumento da fiscalização e a políticas governamentais contra o trabalho infantil.
- Dados da pesquisa Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 756 mil dos 1,09 milhão de adolescentes que trabalharam estavam em ocupações informais.
- O comércio foi o setor que mais empregou adolescentes, com 359 mil jovens, representando um crescimento de 43 mil em relação a 2023.
- O Nordeste registrou a maior concentração de trabalho infantil, com 547 mil crianças e adolescentes nessa situação.
Em 2024, a taxa de informalidade entre adolescentes de 16 e 17 anos no Brasil caiu para 69,4%, a menor desde 2016. Essa redução é atribuída a um aumento na fiscalização e a políticas governamentais que visam combater o trabalho infantil.
De acordo com dados da pesquisa Pnad Contínua, do IBGE, 756 mil dos 1,09 milhão de adolescentes que trabalharam em 2024 estavam em ocupações informais. A legislação brasileira exige que esses jovens tenham carteira assinada, mas a informalidade ainda persiste. Em 2023, a taxa era de 73,3%, após um pico de 76,3% em 2022, refletindo os impactos da pandemia.
Gustavo Geaquinto Fontes, analista da pesquisa, destaca que as ações do Ministério do Trabalho e a fiscalização têm sido fundamentais para essa queda. Ele afirma que as legislações e fiscalizações têm contribuído para a redução do trabalho infantil, especialmente entre os adolescentes.
Setores em Alta
O comércio foi o setor que mais contribuiu para o aumento do trabalho infantil, com 359 mil adolescentes empregados, um crescimento de 43 mil em relação a 2023. O setor registrou um crescimento de 4,7%, a maior alta desde 2012. 30,2% dos jovens em trabalho infantil estavam no comércio, um aumento em relação a 26,6% do ano anterior.
Além disso, o número de adolescentes de 14 e 15 anos em serviços domésticos também cresceu, passando de 19 mil em 2023 para 34 mil em 2024. Apesar do aumento em algumas regiões, o trabalho infantil subiu em três das cinco macrorregiões do Brasil: Sul, Nordeste e Centro-Oeste.
Análise Regional
No Nordeste, a maior concentração de trabalho infantil foi registrada, com 547 mil crianças e adolescentes nessa situação. Em termos percentuais, a região Norte apresenta a maior taxa, com 6,2%, enquanto o Sudeste tem a menor, com 3,3%. Apesar do aumento em algumas áreas, desde 2016, todas as regiões, exceto o Centro-Oeste, mostraram uma redução nos números de trabalho infantil. A queda no Nordeste foi de 27,1%.