- O Itaú Unibanco demitiu cerca de mil funcionários, alegando baixa produtividade monitorada por softwares de gestão.
- A decisão foi baseada em quatro meses de análise das atividades digitais dos colaboradores em home office.
- O Ministério Público do Trabalho iniciou uma investigação sobre as demissões, questionando a ética do monitoramento.
- O banco negou a captura de telas, mas confirmou o uso de ferramentas que monitoram atividades em tempo real, como o uso de mouse e teclado.
- A média de atividade digital dos colaboradores é de 75%, e aqueles com desempenho abaixo desse patamar foram considerados com desvio de comportamento.
Na segunda-feira, 8 de outubro, o Itaú Unibanco anunciou a demissão de cerca de mil funcionários, justificando a medida com base em baixa produtividade monitorada por softwares de gestão. O banco afirmou que a decisão foi tomada após quatro meses de análise das atividades digitais dos colaboradores em regime remoto.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) já iniciou uma investigação sobre as demissões, levantando questões sobre a ética do monitoramento no ambiente de trabalho. O Itaú negou a captura de telas, mas admitiu o uso de ferramentas que permitem o acompanhamento em tempo real das atividades dos funcionários, incluindo o uso de mouse e teclado.
Monitoramento e Produtividade
O uso de softwares de gestão de produtividade se intensificou com o aumento do trabalho remoto. Especialistas explicam que essas ferramentas analisam o tempo de atividade, padrões de uso e geram relatórios de desempenho. A Evope, por exemplo, utiliza algoritmos para avaliar a navegabilidade dos colaboradores, considerando uma jornada saudável quando 80% do tempo é produtivo.
A situação no Itaú gerou polêmica, especialmente em relação às métricas utilizadas para avaliar a produtividade. O banco informou que a média de atividade digital entre os colaboradores em home office é de 75%, e que aqueles com desempenho abaixo desse patamar apresentaram desvio de comportamento.
Implicações e Críticas
A pressão sobre os funcionários aumentou, com relatos de medo de demissões entre os que permaneceram na empresa. O MPT investiga se houve violação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que exige que as empresas informem os colaboradores sobre o uso de ferramentas de monitoramento. A falta de clareza nas práticas de vigilância foi uma crítica comum entre os demitidos.
Pesquisadores alertam que o monitoramento excessivo pode criar um ambiente de trabalho estressante e competitivo. A necessidade de transparência nas políticas de vigilância é um ponto central nas discussões atuais sobre o futuro do trabalho remoto e a ética no uso de tecnologia para controle de produtividade.