- O Brasil teve um aumento de 120% no número de ingressantes em cursos de Medicina na última década, segundo o Ministério da Educação (MEC).
- A nota média do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) caiu 51 pontos, passando de 684 para 633 entre 2015 e 2024.
- A concorrência para Medicina é alta, com 51 candidatos por vaga em universidades públicas e 9 em privadas.
- A moratória de 2018, que limitava a abertura de novos cursos de Medicina, foi suspensa em 2023, permitindo novas vagas conforme critérios do programa Mais Médicos.
- O MEC também introduzirá o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) em outubro de 2024 para avaliar a qualidade da formação médica.
BRASÍLIA – O Brasil registrou um aumento de 120% no número de ingressantes em cursos de Medicina na última década, conforme dados do Ministério da Educação (MEC). Em contrapartida, a nota média do Enem caiu 51 pontos entre 2015 e 2024, passando de 684 para 633 pontos. Essa queda ocorre em um contexto onde a concorrência para Medicina é intensa, com 51 candidatos por vaga nas universidades públicas e 9 nas privadas.
O Censo da Educação Superior, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revela que o número de novos alunos em Medicina saltou de 26.983 para 60.366. A maior parte desse crescimento ocorreu em instituições privadas, que passaram de 14.466 para 45.900 alunos. Carlos Moreno, diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, destacou que o perfil dos estudantes de Medicina mudou significativamente.
Moratória e Novas Diretrizes
Em 2018, uma moratória foi implementada para restringir a abertura de novos cursos de Medicina, visando garantir a qualidade da formação. No entanto, essa moratória foi suspensa em 2023, permitindo que o MEC estabelecesse critérios para a criação de novas vagas, alinhados ao programa Mais Médicos. Este programa prioriza a interiorização de médicos em regiões carentes.
Além disso, o MEC introduziu o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), que será aplicado pela primeira vez em outubro de 2024. Este exame visa avaliar a qualidade da formação médica e poderá resultar em sanções para cursos com desempenho insatisfatório. A expectativa é que essas medidas contribuam para a melhoria da formação e distribuição de médicos no Brasil.