- O presidente da Câmara, Hugo Motta, rejeitou a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL/SP) para a liderança da minoria.
- A decisão foi anunciada em 22 de setembro, após pressão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
- Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde março, onde critica o Supremo e Moraes.
- A bancada do PL planeja recorrer da decisão, que gerou tensões entre os poderes.
- A deputada Caroline de Toni (PL-SC) renunciou à liderança da minoria para apoiar Eduardo, mas sua renúncia não garantiu a indicação.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, rejeitou a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL/SP) para a liderança da minoria, um cargo que o isentaria de comparecer às votações e o protegeria de uma possível cassação por faltas. A decisão foi anunciada nesta terça-feira, 22, após pressão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que teve sua esposa sancionada pela Lei Magnitsky. Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde março, onde tem feito campanha contra o Supremo Tribunal Federal e Moraes, com apoio do governo de Donald Trump.
A indicação, feita pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante, visava aproveitar uma brecha no regimento da Câmara para blindar Eduardo. Motta, no entanto, voltou atrás em sua decisão anterior, o que gerou tensões entre os poderes e levou a bancada do PL a planejar um recurso. Sóstenes afirmou que a mudança de postura de Motta foi abrupta e sugere que a pressão externa influenciou a decisão.
Reação da Bancada do PL
A deputada Caroline de Toni (PL-SC), que ocupava a liderança da minoria, renunciou ao cargo para transferir a responsabilidade a Eduardo Bolsonaro. Em seu ofício, ela destacou a necessidade de união e coragem diante das perseguições enfrentadas por Eduardo e Jair Bolsonaro. Apesar disso, a renúncia não foi suficiente para garantir a indicação.
A rejeição de Motta ocorre em um contexto de negociações entre integrantes do centrão e ministros do STF, que envolvem a votação de um projeto que reduz penas por atos golpistas e oferece garantias para Jair Bolsonaro em regime domiciliar. A situação se complica ainda mais com a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Eduardo por coação no curso do processo da trama golpista, aumentando a pressão sobre a liderança da Câmara.