- O Brasil tem registrado um aumento de episódios de violência extrema em escolas, com casos como Realengo, Goiânia, Suzano e Vila Sônia.
- Um estudo de 2024 da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e da Flacso Brasil propõe a ética do cuidado como forma de prevenir novas tragédias.
- O estudo, intitulado “Para lembrar e reagir”, destaca a importância de acolher as comunidades afetadas e promover diálogo.
- A pesquisa revela que os ataques são resultado de um contexto social complexo e que há sinais de alerta antes dos incidentes.
- Os pesquisadores sugerem que a prevenção deve incluir um projeto coletivo que transforme as salas de aula em espaços de cuidado e formação ética.
O Brasil enfrenta um aumento alarmante de episódios de violência extrema em escolas, com casos marcantes como Realengo, Goiânia, Suzano e Vila Sônia. Um estudo inédito de 2024, realizado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação e Flacso Brasil, analisa esses eventos e propõe a ética do cuidado como uma abordagem essencial para prevenir novas tragédias.
O estudo, intitulado “Para lembrar e reagir: desenhando futuros possíveis a partir da ressignificação dos ataques de violência extrema contra escolas no Brasil”, foi divulgado em 9 de setembro. Os pesquisadores enfatizam a importância de reconhecer a dor das comunidades afetadas e criar espaços de acolhimento e diálogo. Os quatro casos analisados revelam não apenas a brutalidade dos ataques, mas também as falhas na prevenção e no suporte às vítimas.
Desde 2002, os episódios de violência nas escolas têm se intensificado, impulsionados por ideologias de ódio que se proliferam nas redes sociais e na dark web. O estudo destaca que esses ataques não são eventos isolados, mas sim resultados de um contexto social complexo. As entrevistas realizadas revelam sinais de alerta antes dos ataques e a dor persistente dos sobreviventes, além da falta de comprometimento das autoridades em oferecer apoio após os traumas.
Propostas de Prevenção
Os pesquisadores defendem que a prevenção deve ir além de protocolos de segurança, propondo um projeto coletivo que reconheça a sala de aula como um espaço de cuidado e formação ética. O governo federal, por meio dos ministérios da Justiça e da Educação, tem buscado entender as dinâmicas de violência nas escolas. Iniciativas incluem a criação de canais de monitoramento e grupos de trabalho com especialistas para desenvolver protocolos de prevenção.
Apesar do cenário desolador, o estudo sugere que a memória das vítimas pode ser uma força mobilizadora para mudanças. A frase “lembrar é reagir, esquecer é permitir” reflete a necessidade de transformar a dor em ação, visando a construção de escolas seguras e democráticas. A pesquisa conclui que é possível redesenhar o futuro das escolas brasileiras, promovendo um ambiente que contraponha as lógicas de exclusão e violência presentes na sociedade.