- Uma pesquisa da Frente Parlamentar Mista da Educação, em parceria com o Equidade.info, revelou que mais de 80% dos estudantes prestaram mais atenção nas aulas após a restrição do uso de celulares em salas de aula, sancionada em janeiro de 2025.
- A pesquisa ouviu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores escolares em todo o país.
- No entanto, os dados indicam que 44% dos alunos sentem mais tédio durante os intervalos e 49% dos professores relatam aumento de ansiedade entre os alunos.
- A pesquisa destaca melhorias significativas, especialmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental I, onde 88% dos alunos afirmaram prestar mais atenção nas aulas.
- O Nordeste aparece como destaque positivo, representando 87% dos avanços. O Centro-Oeste e o Sudeste são as regiões com o menor índice de melhora no ambiente escolar.
A restrição do uso de celulares em salas de aula, sancionada em janeiro de 2025, tem mostrado resultados positivos. Uma pesquisa recente da Frente Parlamentar Mista da Educação, em parceria com o Equidade.info, ouviu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores escolares e revelou que mais de 80% dos estudantes prestaram mais atenção nas aulas após a proibição. No entanto, os dados também indicam que 44% dos alunos sentem mais tédio durante os intervalos e 49% dos professores relatam aumento de ansiedade entre os alunos.
A pesquisa destaca melhorias significativas
A pesquisa destaca melhorias significativas, especialmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental I, onde 88% dos alunos afirmaram prestar mais atenção nas aulas. No ensino médio, 70% disseram perceber mudanças para melhor sem os celulares. Além disso, 77% dos gestores e 65% dos professores relataram diminuição do bullying virtual dentro das escolas. Entre os alunos, entretanto, apenas 41% afirmaram sentir essa mudança.
Desafios persistem
Apesar dos avanços, os desafios persistem. Segundo os dados do levantamento, 44% dos alunos disseram sentir mais tédio durante os intervalos e os recreios. Esses números são mais elevados entre estudantes do Ensino Fundamental I (47%) e do período matutino (46%). Além disso, 49% dos professores relataram aumento de ansiedade entre os alunos com a ausência do uso do celular.
Regionalização dos resultados
O Nordeste aparece como destaque positivo, representando 87% dos avanços. O Centro-Oeste e o Sudeste são as regiões com o menor índice de melhora no ambiente escolar, com 82% indicando que a eficácia das medidas tende a variar segundo fatores regionais.
Declarações de especialistas
O presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, deputado Rafael Brito, afirmou que a restrição do uso do celular em sala de aula é fundamental para garantir um ambiente mais saudável e focado no aprendizado. Claudia Costin, presidente do Equidade.info, ressaltou que a pesquisa mostra avanços positivos no foco e na atenção dos alunos, mas as questões como tédio, ansiedade e bullying, ainda muito presentes entre os estudantes, indicam que ainda há desafios a serem enfrentados.
Próximas etapas
Segundo Guilherme Lichand, coordenador do Equidade.info e docente da Stanford Graduate School of Education, os dados reforçam a necessidade de estratégias diferenciadas por faixa etária e rede de ensino, além do desenvolvimento de práticas pedagógicas que mantenham os estudantes engajados e promovam seu bem-estar mesmo sem o celular em sala de aula. “Os resultados confirmam que a regulação do uso de celulares trouxe ganhos importantes para o aprendizado. Mais do que limitar o uso do telefone celular, a lei abre espaço para repensarmos como a escola se conecta com os alunos”, enfatiza Lichand.