- Indisciplina nas salas de aula brasileiras, segundo a OCDE/TALIS 2024, faz com que 21% do tempo de aula seja perdido para manter a ordem, ou seja, a cada cinco horas de aula uma hora é dedicada a controlar os alunos. Os dados foram divulgados em outubro de 2024, com a pesquisa realizada entre junho e julho de 2024.
- Ainda segundo o estudo, 44% dos docentes são bastante interrompidos pelos alunos durante as aulas; 21% relatam estresse, 16% sofrem impacto na saúde mental e 12% na saúde física.
- Apesar dos desafios, 87% dos professores estão satisfeitos com o trabalho, sinalizando resiliência diante das dificuldades.
- A falta de limites e a dificuldade em lidar com frustrações aparecem como fatores da indisciplina. A responsabilidade pela disciplina, segundo o pesquisador, é primariamente da família, com a escola atuando de forma complementar quando necessário.
- O estudo destaca que a escola deve reforçar princípios familiares, aplicar regras claras e manter diálogo com os pais para que normas sejam compreendidas e respeitadas, apontando a necessidade de colaboração entre família e escola para um ambiente educacional mais saudável.
A indisciplina nas salas de aula brasileiras é um problema alarmante, conforme revela a pesquisa da OCDE/TALIS 2024. Em média, 21% do tempo de aula é perdido para manter a ordem, o que significa que, a cada cinco horas de aula, uma hora é dedicada a controlar os alunos. Os dados foram divulgados em outubro de 2024 e mostram que 44% dos professores enfrentam interrupções frequentes durante as aulas.
O impacto dessa indisciplina é significativo, com 21% dos educadores relatando estresse, e 16% afirmam que a situação afeta sua saúde mental. Além disso, 12% indicam que a saúde física também é comprometida. Apesar desse cenário desafiador, 87% dos docentes estão satisfeitos com seu trabalho, o que revela uma resiliência admirável diante das dificuldades.
Causas da Indisciplina
O professor Geraldo Moyses Gazolli Junior, especialista em Ciências da Religião, aponta que a falta de limites e a dificuldade em lidar com frustrações são fatores que contribuem para a indisciplina. Segundo ele, a responsabilidade pela disciplina é primariamente da família, que deve ensinar valores como respeito e autocontrole. Quando essa função é negligenciada, a escola acaba assumindo um papel que não lhe compete exclusivamente.
A pesquisa, realizada entre junho e julho de 2024, envolveu entrevistas com professores e diretores, principalmente dos anos finais do ensino fundamental. O estudo comparou a realidade brasileira com a de outros 53 países, revelando que o Brasil apresenta números alarmantes em relação à indisciplina em comparação à média da OCDE.
O Papel da Escola e da Família
Gazolli Junior enfatiza que a escola deve reforçar os princípios familiares, criando um ambiente de respeito e responsabilidade. Ele destaca que as instituições de ensino precisam aplicar regras claras e ser modelos de disciplina. O diálogo entre pais e professores é essencial para garantir que as normas sejam compreendidas e respeitadas.
Os dados da TALIS 2024 indicam que a indisciplina é um fenômeno complexo, exigindo a colaboração de famílias e escolas para promover um ambiente educacional mais saudável e produtivo.