- Na quarta-feira, 12 de novembro, pai evangélico acionou a Polícia Militar após a filha de 4 anos desenhar o orixá Iansã em uma atividade escolar na Escola Municipal de Ensino Infantil Antônio Bento, no Caxingui, zona oeste de São Paulo.
- Segundo testemunhas, o pai rasgou um mural que exibia desenhos de outras crianças sobre o mesmo tema; a direção afirmou que a atividade não era doutrinária e seguia as leis 10.639/03 e 11.645/08.
- Moradores realizaram um abaixo-assinado para solicitar atuação da Corregedoria da Polícia Militar em relação aos policiais que estiveram no local, gerando mobilização na região.
- O caso reacende o debate sobre o ensino de cultura afro-brasileira nas escolas, com polarização presente nas redes sociais.
- Em 2024, o deputado estadual Daniel Soares (União) pediu esclarecimentos sobre a distribuição da obra Ciranda em Aruanda; a prefeitura informou que o livro busca respeitar a infância e não aborda entidades religiosas de forma direta.
A recente polêmica envolvendo o ensino de cultura afro-brasileira nas escolas ganhou novos contornos. Na quarta-feira, 12 de novembro, um pai evangélico acionou a Polícia Militar após sua filha de 4 anos desenhar o orixá Iansã durante uma atividade escolar baseada no livro Ciranda em Aruanda. O incidente ocorreu na Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Antônio Bento, localizada no Caxingui, zona oeste de São Paulo.
De acordo com testemunhas, o pai, insatisfeito com a atividade, rasgou um mural que exibia desenhos de outras crianças sobre o mesmo tema. A direção da escola, por sua vez, defendeu a atividade, afirmando que ela não tinha caráter doutrinário e se baseava nas leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas do país.
Reação da Comunidade
Após a intervenção da polícia, moradores da região se mobilizaram, realizando um abaixo-assinado solicitando a atuação da Corregedoria da Polícia Militar em relação aos policiais que compareceram ao local. A situação gerou um intenso debate nas redes sociais, refletindo a polarização em torno do tema.
O livro Ciranda em Aruanda já havia sido alvo de críticas anteriormente. Em 2024, o deputado estadual Daniel Soares (União) enviou um ofício à Prefeitura de São Paulo pedindo esclarecimentos sobre a distribuição da obra, após uma denúncia de uma família evangélica que se sentiu ofendida com seu conteúdo. Na resposta, a prefeitura destacou que o livro é uma obra que busca respeitar a infância, apresentando personagens que interagem com a natureza, sem abordar entidades religiosas de forma direta.