- Professores de escolas secundárias na Grécia farão um treinamento intensivo sobre o uso de ferramentas de IA em sala de aula, em acordo com a OpenAI, para implementar uma versão adaptada do ChatGPT em vinte instituições a partir da próxima semana.
- A expansão nacional está prevista para janeiro, com uso mais amplo da ferramenta por alunos mais velhos a partir da primavera; o treinamento inicial foca em planejar aulas, realizar pesquisas e oferecer tutoria personalizada.
- Preocupações sobre o impacto da IA no pensamento crítico e na aprendizagem geram ceticismo entre docentes e alunos, conforme o debate avança.
- A Federação dos Professores Olme, que representa 85 mil docentes, alerta sobre riscos de dependência da IA; durante um congresso recente, a possibilidade de aulas sem professores foi um dos temas discutidos.
- O governo grego sonha em posicionar o país como hub tecnológico; o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis ressalta a necessidade de preparar a população para as mudanças da IA, equilibrando benefícios com a preservação do pensamento crítico e da criatividade.
Professores de escolas secundárias na Grécia participarão de um treinamento intensivo sobre o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) em sala de aula. A iniciativa, fruto de um acordo com a OpenAI, visa implementar uma versão adaptada do ChatGPT em 20 instituições de ensino a partir da próxima semana. O governo grego, sob a liderança da ministra da Educação, Sofia Zacharaki, destaca a necessidade de integrar a IA ao sistema educacional, reconhecendo que essa tecnologia já faz parte da realidade dos alunos.
A expansão nacional do projeto está prevista para janeiro, com o uso mais amplo da ferramenta por alunos mais velhos a partir da primavera. O treinamento inicial focará em ajudar os educadores a planejar aulas, realizar pesquisas e oferecer tutoria personalizada. No entanto, surgem preocupações sobre o impacto da IA no pensamento crítico e na aprendizagem dos estudantes, com ceticismo entre docentes e alunos.
Preocupações e Controvérsias
Estudantes expressam temores de que a IA possa controlar seu aprendizado e prejudicar a capacidade de pesquisa. Aristidis Tolos, um aluno de 17 anos, declarou: “AI não tem alma, é uma máquina. Isso me assusta.” A introdução da tecnologia nas escolas gerou discussões acaloradas entre professores, com muitos questionando se a IA pode levar a aulas sem professores e se o foco excessivo em exames prejudica a criatividade dos alunos.
A federação de professores, Olme, representa 85 mil docentes e tem alertado sobre os riscos da dependência da IA no ensino. Dimitris Aktypis, um oficial da Olme, afirmou que a proposta gerou grande preocupação durante um congresso recente, onde a possibilidade de classes sem professores foi um dos principais tópicos. Educadores também temem que a tecnologia possa aumentar a dependência de telas, especialmente em um país que já enfrenta desafios na infraestrutura educacional.
Futuro da Educação na Grécia
O governo grego, que busca posicionar o país como um hub tecnológico, está ciente dos riscos sociais associados à revolução da IA. O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis enfatizou que é crucial preparar a população para as mudanças que a tecnologia trará. Embora a IA possa oferecer benefícios, como a melhoria da eficácia dos educadores, é necessário garantir que o uso dessa tecnologia não comprometa o desenvolvimento do pensamento crítico e da criatividade dos alunos.