Três mortos em ataque de drones ucranianos no centro da Rússia

Três pessoas morreram e 35 ficaram feridas em um ataque ucraniano à fábrica Kupol, localizada em Izhevsk, a mais de 1.000 km da fronteira com a Ucrânia. O governador de Udmurtia, Aleksandr Bechalov, informou que dez dos feridos estão em estado grave e que já comunicou o incidente ao presidente Vladimir Putin. O ataque, realizado com drones, teve como alvo uma instalação militar que produz sistemas de mísseis e radares.

A fábrica Kupol é conhecida por fabricar sistemas de defesa aérea, como o Osa, e desenvolver drones. Um oficial ucraniano confirmou que dois drones de longo alcance, operados pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), atingiram o local a cerca de 1.300 km de distância. Segundo a fonte, essa operação visa reduzir o potencial ofensivo do inimigo e demonstrar que não há zonas seguras para a infraestrutura militar russa.

Um vídeo verificado pela BBC mostrou uma explosão no telhado da fábrica, seguida por uma densa coluna de fumaça. Após o ataque, a Rosaviatsia, agência reguladora da aviação civil da Rússia, impôs restrições temporárias no aeroporto de Izhevsk, que foram levantadas algumas horas depois. Este foi o segundo ataque ucraniano à fábrica Kupol desde novembro, quando não houve vítimas.

Continuação do Conflito

Enquanto isso, a Rússia intensificou seus ataques na Ucrânia, lançando um recorde de 537 drones e mísseis em várias localidades, incluindo Kyiv e Lviv. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, homenageou postumamente o tenente-coronel Maksym Ustymenko, piloto de F-16 que morreu ao tentar repelir um ataque aéreo.

No campo de batalha, os avanços russos na região de Sumy parecem ter estagnado, enquanto Moscou foca no leste, especialmente na região de Dnipropetrovsk. Relatos não confirmados indicam que as forças russas podem ter tomado o controle de uma vila na área.

Negociações de paz mediadas pelos EUA têm ocorrido desde maio, mas não produziram resultados concretos. Recentemente, Putin afirmou que a Rússia está disposta a novas rodadas de negociações, embora tenha destacado que as propostas de paz de ambos os lados são "absolutamente contraditórias". Zelensky expressou ceticismo em relação às intenções de Putin, afirmando que a Rússia continua a se preparar para novas operações.