- Durante a mesa “Pequenos países, grandes movimentos”, os escritores Armand GauZ’ e Gaël Faye discutiram humor, linguagem e identidade.
- O evento ocorreu na noite de quinta-feira (31) e fez parte da Temporada França-Brasil.
- GauZ’ destacou a importância do humor na comunicação e fez observações sobre o capitalismo e a cultura brasileira.
- Faye abordou a complexidade da linguagem e sua experiência como migrante, ressaltando o uso da linguagem como ferramenta de opressão.
- Os autores também exploraram temas de negritude e mestiçagem, com GauZ’ declamando sobre a experiência ancestral do homem negro, emocionando o público.
Durante a mesa “Pequenos países, grandes movimentos”, realizada na noite de quinta-feira (31), os escritores Armand GauZ’ e Gaël Faye discutiram temas como humor, linguagem e identidade. O evento, parte da Temporada França-Brasil, promoveu um intercâmbio cultural entre os dois países.
GauZ’ destacou que o humor é essencial para a comunicação. Ele compartilhou uma lição de seu avô: “uma palavra inteligente que não é engraçada é suspeita”. O autor marfinense, conhecido por sua obra “De pé, tá pago”, refletiu sobre a percepção do capitalismo, afirmando que “se isso não te faz rir, o mundo é engraçado”. Sua abordagem provocativa gerou risadas na plateia, que se divertiu com suas observações sobre a cultura brasileira e a miscigenação.
Faye, por sua vez, abordou a complexidade da linguagem. Nascido no Burundi, ele comentou sobre sua experiência ao migrar para a França e perceber que falava um “francês crioulo”. O autor de “Pequeno país” e “Jacarandá” enfatizou que as línguas são maleáveis e refletem identidades em transformação. Ele também alertou sobre o uso da linguagem como ferramenta de opressão, citando o genocídio em Ruanda e comparando a desumanização de grupos em conflitos atuais.
Os dois escritores exploraram ainda questões de negritude e mestiçagem. Faye compartilhou sua infância no Burundi, onde se via como branco, e a descoberta de sua identidade na França. GauZ’ fez piadas sobre a diversidade brasileira, ressaltando a complexidade genética do país. O evento culminou com uma declamação de GauZ’ sobre a experiência ancestral do homem negro, que emocionou o público presente.