Médicos Sem Fronteiras pede fim de ajuda dos EUA e Israel diante da violência em Gaza

Organizações humanitárias alertam para a grave crise humanitária na Faixa de Gaza, onde a violência em centros de distribuição de alimentos e novas restrições a ONGs comprometem a ajuda à população civil. Após quase dois anos de guerra, a situação se agrava, com relatos de fome generalizada.

A Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou a Fundação Humanitária de Gaza (GHF) por episódios de violência em suas operações. A MSF pediu o fechamento da fundação, afirmando que seus centros se tornaram locais de "extermínio orquestrado". Entre junho e julho, a MSF atendeu 1.380 pessoas, incluindo 28 mortos, durante distribuições de alimentos.

A diretora-geral da MSF, Raquel Ayora, destacou que crianças estão sendo feridas enquanto tentam obter comida. "Crianças baleadas no peito enquanto tentavam pegar comida", relatou. A MSF pede a retomada da coordenação da ajuda pela ONU e o fim do apoio à GHF.

Restrições e Consequências

As ONGs enfrentam severas restrições impostas por Israel, que exigem o compartilhamento de dados pessoais de funcionários palestinos. Essa política pode levar à retirada de pessoal internacional e à suspensão de operações, afetando a entrega de alimentos e medicamentos. O Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (Ocha) alerta que essa situação agrava o risco de abuso e exploração, especialmente entre grupos vulneráveis.

Embora a União Europeia tenha reconhecido alguns avanços, como o aumento no número de caminhões autorizados a entrar em Gaza, ainda existem entraves significativos que dificultam a operação das agências humanitárias. Um representante da UE afirmou que a falta de um ambiente seguro para a distribuição de ajuda continua a ser um grande obstáculo.