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Pobres do Império Inca também utilizavam ‘escrita’ com cordas para comunicação

Pesquisa revela que plebeus fabricavam quipos, desafiando a visão de exclusividade da elite na contabilidade inca e ampliando a compreensão da sociedade

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Quipo, objeto usado para registros no Império Inca, com fio principal feito com cabelo humano (Foto: Reprodução)
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  • Uma nova pesquisa revela que os quipos, sistema de registros do Império Inca, não eram exclusivos da elite.
  • O estudo, liderado pela professora Sabine Hyland, mostra que plebeus também fabricavam quipos usando seus próprios cabelos.
  • O cabelo humano era considerado uma “impressão digital”, conferindo um caráter pessoal aos registros.
  • A análise de um quipo datado de aproximadamente 1500 indica que o cabelo pertencia a uma pessoa de classe baixa, sugerindo acesso mais amplo à tecnologia.
  • Pesquisadores planejam realizar mais testes em outros quipos para entender melhor seu uso entre diferentes classes sociais no Império Inca.

Os quipos, sistema de registros do Império Inca, não eram exclusividade da elite, como se pensava. Uma nova pesquisa, publicada no periódico *Science Advances*, revela que plebeus também podiam acessar essa tecnologia, utilizando seus próprios cabelos na fabricação dos artefatos.

A pesquisa, liderada pela professora Sabine Hyland, da Universidade de St. Andrews, indica que a prática de usar cabelo humano nos quipos era comum. Os cabelos representavam a essência de cada indivíduo, funcionando como uma “impressão digital”. Assim, a inclusão de fios de cabelo na estrutura dos quipos conferia um caráter pessoal ao registro.

Os quipos, que datam de séculos anteriores à chegada dos espanhóis, eram utilizados para contabilidade e administração. Os cronistas da época relataram que a cor das cordinhas e o número de nós representavam tributos coletados pelo Estado inca. A função dos quipos como registros narrativos ainda é debatida entre os estudiosos.

Acesso à Tecnologia

Historicamente, a produção de quipos era atribuída aos “khipukamayuqs”, homens da elite que criavam seus próprios registros. No entanto, relatos do cronista indígena Felipe Guaman Poma de Ayala sugerem que mulheres também podiam aprender essa habilidade. A nova pesquisa analisa um quipo específico, datado de aproximadamente 1500, que foi levado para Munique no início do século 20.

A análise química do quipo revelou que o cabelo utilizado pertencia a uma pessoa com dieta típica das classes baixas, composta principalmente por tubérculos e quinoa. Isso indica que o acesso à tecnologia dos quipos por plebeus não era uma exceção, mas possivelmente uma prática mais comum do que se imaginava.

Os pesquisadores pretendem realizar mais testes em outros quipos para entender melhor a extensão do uso desses artefatos entre diferentes classes sociais no Império Inca. A descoberta abre novas perspectivas sobre a complexidade da sociedade inca e a democratização do conhecimento na produção de registros.

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