- Claudia Fernanda Tavares Hoeckler foi condenada a 20 anos e 24 dias de prisão pelo assassinato do marido, Valdemir Hoeckler.
- O crime ocorreu em 21 de novembro de 2022, em Lacerdópolis, Santa Catarina.
- Durante o julgamento, Claudia confessou ter dopado Valdemir com soníferos antes de asfixiá-lo e esconder o corpo em um freezer.
- A defesa alegou que Claudia era vítima de violência doméstica, mas os promotores argumentaram que o crime foi duplamente qualificado.
- O caso gerou grande repercussão na mídia e expôs questões sobre violência doméstica na região.
Submetida ao Tribunal do Júri, Claudia Fernanda Tavares Hoeckler, pedagoga de 43 anos, foi condenada a 20 anos e 24 dias de prisão pelo assassinato do marido, Valdemir Hoeckler, de 52 anos. O crime ocorreu em 21 de novembro de 2022, em Lacerdópolis, Santa Catarina, e chocou a comunidade local.
Durante o julgamento, que se estendeu por dois dias na Câmara de Vereadores de Capinzal, Claudia confessou ter dopado o marido com soníferos antes de asfixiá-lo com uma sacola plástica. Após o crime, ela escondeu o corpo em um freezer e registrou o desaparecimento do marido na delegacia, tentando criar uma versão que não resistiria à investigação. O corpo foi encontrado cinco dias depois.
A defesa de Claudia argumentou que ela era vítima de violência doméstica e que o homicídio não foi premeditado. No entanto, os promotores sustentaram que o crime foi duplamente qualificado, caracterizado por meio cruel e por impossibilitar a defesa da vítima. O interrogatório da ré foi conduzido pela juíza Jéssica Evelyn Campos Figueredo Neves, e Claudia passou mal durante a sessão, sendo retirada por policiais.
Contexto Familiar
Claudia teve uma infância marcada por traumas, sendo filha de uma prostituta e vivendo em um orfanato. Ela relatou ter sofrido abusos do padrasto e, aos 17 anos, casou-se com Valdemir, que, segundo ela, a agredia e ameaçava. O casal teve uma filha, mas Claudia afirmou ter sido afastada da convivência com a jovem.
Após confessar o crime em 2022, Claudia foi presa, mas obteve o direito de responder em liberdade um ano depois. Em 2025, sua liberdade foi revogada pelo Superior Tribunal de Justiça, que determinou sua prisão preventiva. Enquanto aguardava o julgamento, tentou receber pensão por viuvez do INSS, mas os pedidos foram negados devido à condenação.
O caso, conhecido como o da “mulher do freezer”, expôs a complexidade das relações familiares e os limites entre vítima e algoz. A condenação de Claudia encerra um capítulo sombrio na história da violência doméstica em Santa Catarina, refletindo a necessidade de um olhar mais atento para esses casos.