- Cientistas da NASA descobriram matéria orgânica e traços geológicos em Marte, que podem indicar a presença de vida.
- A confirmação depende da análise de amostras que serão trazidas à Terra em uma futura missão.
- O rover Perseverance, que explora a Cratera Jezero, coletou trinta amostras em locais como Chevaya Falls e Templo de Apolo.
- A pesquisa sugere que as chances de origem biológica das descobertas são ligeiramente superiores às de fenômenos químicos inertes.
- A missão de retorno das amostras enfrenta incertezas devido a cortes orçamentários, enquanto a China planeja uma missão a Marte entre 2028 e 2030.
Cientistas da NASA anunciaram a descoberta de matéria orgânica e traços geológicos em Marte que podem indicar a presença de vida. A confirmação, no entanto, depende da análise de amostras que serão trazidas à Terra em uma futura missão. A descoberta foi feita pelo rover Perseverance, que explora a Cratera Jezero, uma região que abrigou um grande lago e um sistema fluvial há bilhões de anos.
Durante a exploração do Vale Neretva, o rover analisou formações rochosas da Bright Angel, compostas por rochas argilosas e conglomerados formados por sedimentos aquáticos. Os cientistas identificaram matéria orgânica, especialmente carbono, em várias amostras, destacando locais como Chevaya Falls, Templo de Apolo e Walhalla Glades. Essa matéria orgânica pode ter interagido com minerais nas rochas, resultando em formações nodulares e manchas verdes, que são consideradas promissoras na busca por sinais de vida passada.
O Perseverance já coletou 30 amostras, que foram deixadas em cápsulas na superfície da cratera, aguardando uma nova missão robótica que as traga de volta à Terra. Os pesquisadores acreditam que as chances de que essas descobertas sejam de origem biológica são ligeiramente superiores às de fenômenos químicos inertes. Contudo, a confirmação definitiva só será possível com análises em laboratórios terrestres.
Alberto González Fairén, coautor do estudo, enfatiza a importância de continuar o programa de retorno de amostras, que permitirá uma análise mais detalhada com instrumentos avançados. A publicação dos resultados será apresentada em uma coletiva de imprensa, com a participação de autoridades da NASA. Os pesquisadores também observam que as formações encontradas podem ter se originado de processos biológicos semelhantes aos que ocorrem na Terra, embora processos não biológicos não possam ser descartados.
A missão de retorno de amostras de Marte, planejada para a próxima década, enfrenta incertezas devido a cortes orçamentários propostos. A corrida espacial entre os Estados Unidos e a China se intensifica, com a China planejando uma missão de ida e volta a Marte entre 2028 e 2030. A necessidade de clareza nos planos dos EUA se torna urgente para evitar ficar atrás na exploração marciana.