- Leonardo José de Lima, promotor de shows em Pernambuco, foi alvo de interceptação ilegal de mensagens durante a pandemia, ao planejar uma festa em Cabo de Santo Agostinho.
- O aplicativo Celular 007 foi utilizado para monitorar mais de 116 mil celulares no Brasil, incluindo servidores públicos e políticos.
- A espionagem ocorreu em 2021, quando Lima enviou mensagens a amigos sobre o evento.
- O aplicativo, que se apresenta como ferramenta de supervisão parental, permite o monitoramento de conversas e ativação de microfone e câmera, sendo ilegal sem autorização judicial.
- Especialistas alertam para a falta de fiscalização e a facilidade de acesso a esses aplicativos, que comprometem a privacidade e segurança da informação no Brasil.
Leonardo José de Lima, promotor de shows em Pernambuco, foi alvo de interceptação ilegal de mensagens durante a pandemia, quando organizou uma festa em Cabo de Santo Agostinho. O caso ganhou notoriedade após a revelação de que o aplicativo Celular 007 foi utilizado para monitorar mais de 116 mil celulares no Brasil, incluindo servidores públicos e políticos.
A espionagem de Lima ocorreu em 2021, quando ele enviou mensagens a amigos sobre a festa que planejava realizar. As mensagens foram interceptadas por meio do Celular 007, um aplicativo que, embora se apresente como uma ferramenta de supervisão parental, é amplamente utilizado para espionagem clandestina. O aplicativo foi exposto por um grupo hacker que invadiu seu sistema, revelando dados de 105.897 usuários.
Entre os espionados, estavam funcionários públicos e cidadãos comuns. O uso do aplicativo é ilegal, pois a interceptação de comunicações sem autorização judicial é proibida no Brasil. A Polícia Civil de Pernambuco, procurada sobre o caso, afirmou não ter informações sobre o e-mail utilizado para espionar Lima, que estava vinculado a um usuário que monitorou 186 celulares entre 2018 e 2024.
O Celular 007 é facilmente acessível na internet, com pacotes a partir de 209 reais. A instalação requer acesso físico ao celular alvo, permitindo que o usuário monitore conversas em aplicativos como WhatsApp, além de ativar microfone e câmera. Apesar das proibições legais, o aplicativo continua a ser comercializado, com a promessa de “descobrir a verdade”.
A proliferação de aplicativos espiões como o Celular 007 levanta preocupações sobre a privacidade e a segurança da informação no Brasil. Especialistas alertam que a falta de fiscalização e a facilidade de acesso a essas ferramentas tornam a espionagem uma prática comum, violando direitos fundamentais dos cidadãos. A situação exige uma resposta efetiva das autoridades para coibir o uso ilegal de tecnologias de monitoramento.
