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Enigma de pianista brasileiro assassinado pela ditadura argentina é resolvido

O corpo foi encontrado em um cemitério em Tigre, e a identificação ocorreu por meio de impressões digitais após décadas de busca.

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Músico posa em plena rua no bairro Cosme Velho, no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução)
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  • O corpo de Tenório Jr., pianista brasileiro desaparecido em 1976, foi identificado pelo Equipe Argentino de Antropologia Forense (EAAF).
  • Ele foi assassinado e enterrado como NN durante a repressão militar na Argentina.
  • Tenório desapareceu após uma apresentação no teatro Gran Rex, em Buenos Aires, e deixou uma nota dizendo que voltaria logo.
  • A identificação ocorreu por meio de impressões digitais, já que não havia registros públicos dele na Argentina.
  • O corpo foi encontrado em um cemitério em Benavídez, e a hipótese é que ele tenha sido confundido ou visto como uma ameaça pelos militares.

Tenório Jr., pianista brasileiro desaparecido em 1976, é identificado após décadas

O corpo de Tenório Jr., um renomado pianista brasileiro, foi identificado pelo Equipe Argentino de Antropologia Forense (EAAF), quase 50 anos após seu desaparecimento em Buenos Aires. Ele foi assassinado e enterrado como NN durante a repressão militar na Argentina.

Na madrugada de 18 de março de 1976, Tenório deixou uma nota em seu hotel, afirmando que voltaria logo. Naquela noite, ele havia se apresentado no teatro Gran Rex, ao lado de Vinícius de Moraes e Toquinho, celebrando seu talento no jazz e na bossa nova. No entanto, nunca mais foi visto. Seu corpo foi encontrado dois dias depois, em um descampado, mas não foi identificado na época.

A identificação foi possível graças ao confronto de impressões digitais, já que Tenório não tinha registros públicos na Argentina. O EAAF revelou que seu corpo estava entre cinco vítimas enterradas como NN no cemitério de Benavídez, em Tigre. A maioria dos corpos foi para ossários, mas o de Tenório não pôde ser recuperado, pois a sepultura foi ocupada por outros restos mortais.

Natalia Federman, procuradora de crimes de lesa humanidade, explicou que o processo de identificação envolveu a análise de arquivos históricos e a busca por pistas que pudessem levar à identificação. O corpo de Tenório foi encontrado em um contexto de violência, onde as forças de segurança atuavam impunemente.

A hipótese de sua morte sugere que Tenório pode ter sido confundido com outra pessoa ou visto como uma ameaça pelos militares. Claudio Vallejos, ex-membro do serviço secreto argentino, afirmou que o músico foi torturado na Escola de Mecânica da Armada (ESMA) e executado por um dos mais notórios torturadores da época.

Tenório Jr. deixou uma esposa, Carmen Cerqueira, que estava grávida na época de seu desaparecimento, e quatro filhos. Seu legado musical, que inclui influências do bebop e da bossa nova, foi reconhecido em documentários e uma recente animação, destacando sua importância na cena musical brasileira.

Desde 2011, uma placa em Buenos Aires homenageia Tenório, lembrando sua última mensagem: “Volto logo”. Agora, finalmente, a verdade sobre seu destino foi revelada.

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