- A situação na Faixa de Gaza é crítica, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) coordenando a evacuação de pacientes para tratamento fora da região.
- Uma mãe, identificada como Samar, entregou a documentação de seu filho falecido para que outro bebê fosse evacuado para a Espanha.
- O bebê, que não apresentava a doença cardíaca mencionada, foi descoberto após a chegada à Espanha, resultando em uma investigação judicial por suplantação.
- Desde o início do conflito, mais de 7.700 pessoas foram evacuadas, mas apenas 18 dos 26 hospitais na região operam parcialmente.
- Samar relatou a falta de alimentos e água potável, pedindo ajuda para se reunir com seu filho.
A situação na Faixa de Gaza continua crítica, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) coordenando a evacuação de pacientes para tratamento fora da região. Recentemente, um caso inusitado chamou a atenção: uma mãe, identificada como Samar, entregou a documentação de seu filho falecido para que outro bebê fosse evacuado para a Espanha. Essa ação resultou em uma investigação judicial por suplantação.
Samar, de 29 anos, explicou que seu filho, Mustafá, de 11 meses, morreu em março. Para salvar outra criança, ela entregou a documentação ao sobrinho, que deveria fazer o bebê passar por seu filho, que tinha uma doença cardíaca grave. “O cerco nos mata: meus filhos têm fome. Nosso destino é a morte”, lamentou Samar em um vídeo. A evacuação ocorreu em 31 de julho, quando Mustafá e outros 12 crianças foram levados para a Espanha.
Após a chegada, a OMS comunicou ao Ministério da Saúde espanhol suas suspeitas sobre a suplantação. Os médicos do hospital Vall d’Hebron, em Barcelona, descobriram que Mustafá não apresentava a doença cardíaca mencionada na documentação. O caso levou à abertura de uma investigação judicial, e o bebê foi temporariamente colocado sob a guarda da Direção Geral de Atenção à Infância e Adolescência (DGAiA).
Condições Críticas em Gaza
A OMS destacou que este incidente é “único e isolado”, refletindo as condições desesperadoras em Gaza, onde famílias enfrentam decisões extremas para sobreviver. Desde o início do conflito, mais de 7.700 pessoas foram evacuadas, mas a situação permanece alarmante, com apenas 18 dos 26 hospitais na região operando parcialmente.
Samar, que se deslocou com sua família de Bani Suhelia para Jan Yunis, relatou a falta de alimentos e água potável. “Nos levantamos sem água e sem comida,” afirmou, pedindo ajuda para se reunir com seu filho. A OMS e as autoridades de saúde reconhecem que as verificações de documentação são complexas, dadas as condições de guerra e a precariedade dos serviços de saúde na região.