- A 18ª Bienal de Istambul, que ocorrerá de 2025 a 2027, destaca a ideia de “futuridade” em meio a um contexto de censura crescente e guerra no Oriente Médio.
- Curada por Christine Tohmé, a bienal apresenta obras de 47 artistas, incluindo muitos do Oriente Médio, e se estende por oito locais diferentes.
- A bienal também inclui obras que abordam temas como homoerotismo e a situação em Gaza, apesar da censura.
- Naomi Rincón-Gallardo apresenta a instalação “Resilience Tiacuache\Opposum Resilience (2019)”, que utiliza opossums como metáfora para a sobrevivência humana.
- Khalil Rabah expõe “Red Navigapparate” (2025), instalada em uma antiga orfanato francês, que representa uma prática regenerativa em resposta aos horrores enfrentados pelo povo palestino.
Bienal de Istambul 2025: A Futuridade em Tempos de Censura
A 18ª Bienal de Istambul, que ocorrerá de 2025 a 2027, destaca a ideia de “futuridade” em meio a um contexto de censura crescente e guerra no Oriente Médio. Curada por Christine Tohmé, a bienal apresenta obras de 47 artistas, incluindo muitos do Oriente Médio, e se estende por oito locais diferentes. A bienal também inclui obras que abordam temas como homoerotismo e a situação em Gaza, apesar da censura. O evento é visto como uma tentativa de trazer estabilidade e otimismo cauteloso em um ambiente opressivo.
Obras Notáveis
Naomi Rincón-Gallardo apresenta a instalação “Resilience Tiacuache\Opposum Resilience (2019)”, que utiliza opossums como metáfora para a sobrevivência humana. A obra transmite uma alegria infantil ao mostrar os animais enfrentando ameaças violentas. Outra obra notável é “Red Navigapparate” (2025) de Khalil Rabah, instalada em uma antiga orfanato francês, que representa uma prática regenerativa em resposta aos horrores enfrentados pelo povo palestino.
Censura e Diversidade
Akram Zaatari expõe “Olive Green (2020)” e “Crimson Red (2021)”, que retratam cenas de lutadores, um esporte praticado na Turquia desde a antiguidade. As obras são pintadas com um toque modesto, ignorando a possibilidade de serem rotuladas como resistência em um país onde a imagem LGBTQ+ é regularmente censurada. Elif Saydam oferece “Hospitality (2024-2025)”, onde camadas de folhas laminadas com imagens de flores convidam o espectador a entrar em um labirinto de beleza queer.
Otimismo Cauteloso
Christine Tohmé fala de um otimismo cauteloso durante a abertura da bienal, apesar da violência genocida que torna todas as tentativas de uma vida plena, incluindo a arte, parecem triviais. A bienal deixa a porta aberta para fantasia, brincadeira e até mesmo um otimismo cauteloso. A exposição é espalhada por oito locais, incluindo uma antiga fábrica de cones, um edifício teatral em deterioração e uma escola transformada em museu.
Desafios e Resistência
Apesar da censura extensiva no país cada vez mais autoritário, não há evidências de que o Presidente Recep Tayyip Erdogan tenha interferido diretamente na organização da bienal ou na seleção das obras de arte. Artistas e trabalhadores culturais que organizam mostras na Turquia aprenderam a insinuar em vez de acusar, para evitar confrontos diretos com as autoridades. A criação de uma bienal que oferece otimismo sob um regime opressivo é certamente um grande desafio.
Conclusão
A 18ª Bienal de Istambul, sob a curadoria de Christine Tohmé, é um evento que desafia as adversidades e oferece um espaço para a exploração de temas complexos e muitas vezes censurados. Com obras que vão desde a resistência e a sobrevivência até a beleza queer e a fantasia, a bienal se destaca como um ato de resistência cultural em um contexto de opressão e guerra.