- Desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021, Myanmar enfrenta uma guerra civil com ataques da Junta Militar a civis e instituições.
- Human Rights Watch reportou 263 centros de saúde atacados e 74 profissionais de saúde mortos.
- Recentemente, um bombardeio no Estado de Rakáin resultou na morte de 19 estudantes.
- Aproximadamente 3,5 milhões de pessoas foram deslocadas e 19,9 milhões necessitam de ajuda humanitária urgente.
- Médicos operam em clínicas clandestinas, realizando cerca de 50 operações diárias, enquanto a educação continua em locais improvisados, como igrejas.
Desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021, Myanmar vive uma intensa guerra civil, marcada por ataques da Junta Militar a civis e instituições. Human Rights Watch reportou que 263 centros de saúde foram atacados e 74 profissionais de saúde mortos nesse período. A situação se agrava com bombardeios que resultaram na morte de 19 estudantes no Estado de Rakáin.
Os ataques a hospitais, escolas e locais de culto continuam, mesmo após a Junta Militar anunciar eleições para 2025 e 2026. Observadores internacionais consideram essas eleições uma fachada, acreditando que o general Min Aung Hlaing permanecerá no poder. Desde o início do conflito, cerca de 80 mil pessoas perderam a vida, segundo o Projeto de Dados sobre Localização e Eventos de Conflitos Armados (ACLED).
Condições de Saúde e Resistência
Em meio a essa crise, médicos têm operado em clínicas clandestinas, como uma localizada na selva perto de Demoso, no Estado de Karenni. O jovem médico Juri Au Mi Mint, que abandonou seus estudos para ajudar, relata a necessidade urgente de atendimento. A clínica, que realiza cerca de 50 operações diárias, foi alvo de ataques aéreos, obrigando a equipe a construir um quirófano subterrâneo para proteger os pacientes.
A ONU alerta para violações sistemáticas de direitos humanos, incluindo torturas e ataques a civis. Aproximadamente 3,5 milhões de pessoas foram deslocadas, e 19,9 milhões necessitam de ajuda humanitária urgente, com 6,4 milhões de crianças entre os afetados. A economia do país está em colapso, com quase 50% da população vivendo abaixo da linha da pobreza.
Educação e Esperança
Apesar da violência, a educação continua. Em uma igreja transformada em escola, crianças aprendem a se proteger durante os bombardeios. O diretor Tein Shu Miyan destaca a importância da educação para o futuro do país. Enquanto isso, a Fuerza de Defesa Nacional de Karenni (KNDF) treina jovens em um acampamento, preparando-os para lutar por um Myanmar livre da ditadura militar.
A situação em Myanmar é crítica, com a população enfrentando escassez de alimentos e serviços básicos. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) estima que 15,2 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar, e os cortes na ajuda humanitária agravam ainda mais a crise. A luta pela liberdade e dignidade continua, mesmo em meio ao caos.