- Um grupo de 34 estudantes palestinos chegou ao Reino Unido para iniciar seus estudos após serem evacuados de Gaza.
- Eles são os primeiros estudantes autorizados a deixar a região desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023.
- Os alunos possuem bolsas de estudo financiadas pelo governo britânico e enfrentam desafios emocionais ao deixar suas famílias.
- Após checagens de visto na Jordânia, os estudantes estão se matriculando em universidades em cidades como Londres, Edimburgo, Glasgow e Manchester.
- Organizações criticaram as regras que impedem os estudantes de trazer familiares, resultando em recusas de algumas vagas.
Um grupo de 34 estudantes palestinos chegou ao Reino Unido para iniciar seus estudos, após serem evacuados de Gaza. Essa é a primeira vez desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, que estudantes são autorizados a deixar a região para estudar no país. Eles possuem bolsas de estudo financiadas pelo governo britânico, mas enfrentam desafios emocionais ao deixar suas famílias.
Após semanas de incerteza devido ao conflito, os estudantes foram levados a Jordânia para a finalização de checagens de visto antes de sua chegada ao Reino Unido. Um dos alunos descreveu a experiência como “muito intensa”, mas afirmou que agora se sentem seguros e estão começando a se adaptar à vida britânica. O grupo inclui membros do Chevening Scholarship, programa do governo britânico para estudantes internacionais.
Desafios e Expectativas
Dr. Nora Parr, pesquisadora da Universidade de Birmingham, destacou que, embora as oportunidades acadêmicas sejam um sonho realizado, os estudantes vivem essa realidade ao lado do sofrimento de suas famílias em Gaza. Eles aguardam a chegada de outros quase 40 estudantes que também têm direito a bolsas, mas que ainda estão em processo de evacuação.
Os novos alunos estão se matriculando em universidades em diversas cidades, como Londres, Edimburgo, Glasgow e Manchester, com alguns iniciando as aulas poucas horas após a chegada. Em Irlanda do Norte, três estudantes já foram confirmados, segundo a ministra da Economia, Caoimhe Archibald, que ressaltou a importância de apoiar esses jovens em sua adaptação.
Críticas e Apoio
Entidades de caridade e universidades criticaram as regras do governo britânico que impedem os estudantes de trazer familiares. Até agora, pelo menos quatro mães e um pai recusaram as vagas por não quererem deixar seus filhos para trás. A estudante Manar al-Houbi, que possui uma vaga de doutorado na Universidade de Glasgow, expressou sua angústia ao ter que deixar seus três filhos e o marido em Gaza.
O impacto da guerra em Gaza tem sido devastador, com mais de 65 mil mortes registradas desde o início do conflito, segundo o ministério da saúde controlado pelo Hamas. A secretária de Relações Exteriores, Yvette Cooper, afirmou que a situação afetou gravemente a educação na região, mas elogiou a resiliência dos estudantes palestinos que continuam a lutar por suas oportunidades acadêmicas.