- Três empresas de agenciamento de jogadores de futebol, Lion Soccer Sports, UJ Football Talent e FFP Agency, estão sob investigação por suspeita de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
- Essas empresas têm mais de 200 atletas, incluindo jogadores de renome como Éder Militão e Lucas Beraldo.
- A investigação revelou que o PCC usa essas empresas para movimentar dinheiro obtido com o tráfico de drogas por meio de contratos, comissões e negociações no futebol.
- A morte de Rafael Maeda Pires, conhecido como “Japa”, em maio de 2023, foi um ponto crucial para aprofundar as investigações.
- As autoridades identificaram que as empresas aproveitam a valorização dos jogadores para intermediar vendas e camuflar recursos ilícitos em transações esportivas.
Três das quatro empresas de agenciamento de jogadores de futebol investigadas, Lion Soccer Sports, UJ Football Talent e FFP Agency, têm mais de 200 atletas entre seus agenciados, incluindo jogadores de renome como Éder Militão e Lucas Beraldo. As investigações da Polícia Civil de São Paulo, Ministério Público e Polícia Federal revelaram que o Primeiro Comando da Capital (PCC) utiliza essas empresas para movimentar dinheiro obtido com o tráfico de drogas por meio de contratos, comissões e negociações no futebol.
A morte de Rafael Maeda Pires, conhecido como “Japa”, em maio de 2023, foi um ponto crucial para aprofundar as investigações sobre o esquema de lavagem de dinheiro. Japa, considerado sócio oculto da FFP Agency e integrante da facção, foi encontrado morto com um disparo na cabeça. Sua morte abriu brechas para que a polícia pudesse colher novas provas e rastrear movimentações financeiras.
Investigação e Desdobramentos
As autoridades identificaram que as empresas de agenciamento aproveitam a ascensão rápida e valorização dos jogadores para intermediar vendas, empréstimos e remunerações, camuflando recursos ilícitos em transações esportivas. As investigações também apontaram para a participação de Danilo Gabriel de Andrade, ex-jogador e técnico das categorias de base do Corinthians, que validava jovens talentos para as agências ligadas ao esquema criminoso.
Impacto no Futebol
Até o momento, não há evidências que comprovem a participação ou o conhecimento dos atletas e demais agentes do futebol sobre as possíveis ligações criminosas das agências que os representam com membros da facção criminosa PCC. As empresas envolvidas sempre informaram não ter ligação com a facção criminosa e que operam dentro da lei.
Desdobramentos
A execução de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, em novembro de 2024, teve um impacto significativo sobre o caso. Gritzbach era apontado como o elo central da lavagem e da movimentação de milhões do PCC convertidos em criptomoedas e aplicados por meio de empresas de agenciamento. Sua colaboração premiada descreveu o circuito e entregou anexos que embasaram novas linhas de apuração sobre a engrenagem de lavagem envolvendo a Lion Soccer Sports, UJ Football Talent e FFP Agency.